Redação
11 de outubro de 2011 | 16h54
Estadão.com.br
No final de setembro, o Estado revelou, em reportagem de Fausto Macedo, um esquema de vendas de emendas na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A denúncia foi feita pelo deputado Roque Barbiere (PTB) à TV TEM, afiliada da Rede Globo no interior de São Paulo. Na entrevista, Barbiere afirmou que “tem bastante” parlamentar ganhando dinheiro por meio da venda de emendas e fazendo lobby de empreiteiras junto a administrações municipais. “Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive e sobrevive e enriquece fazendo isso”, afirma.
Barbiere pontuou ainda ter provas e poderia apresentar até três nomes de deputados que estariam vendendo emendas.
Na mesma semana, o colégio de líderes da Assembleia Legislativa decidiu, em reunião extraordinária, apoiar a investigação, no Conselho de Ética, da acusação de venda de emendas parlamentares.
Dada a repercussão do caso, o governador Geraldo Alckmin, então, determinou o levantamento de todos os convênios oriundos de emendas parlamentares que foram assinados em 2011 para encaminhamento à Assembleia como forma de contribuir nas investigações.
Os convênios do Estado de SP não ficam disponíveis no site do governo. Saiba aqui como é o trâmite em SP.
O Estado então resgatou uma entrevista dada pelo secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Bruno Covas, na qual ele admite que recebeu uma porposta de propina para a liberação de uma emenda.
Bruno então negou que tenha recebido a oferta. “Eu falei em uma hipótese e que não deveria ser aceita. Não disse que aquele caso aconteceu em específico. Retifico o que falei. Eu estava dando um exemplo hipotético do que fazer num caso como aquele”, disse. Segundo o secretário, seu comentário era apenas um exemplo de uma situação que na realidade nunca aconteceu com ele. “O que eu quis dizer é que é preciso dar exemplo”. Covas chegou ainda a dizer que compareceria ao Conselho de Ética para esclarecer, mas não foi. Mas depois, circulou a informação de que ele mandaria a explicação por escrito.
Já o deputado Roque Barbiere, autor das denúncias, disse que está disposto a dar informações para que a Promotoria identifique nomes.
Bruno Covas esteve presente na posse do governador Geraldio Alckmin e concedeu entrevista. Entre os assuntos, falou da sua expectativa ao assumir a secretaria de Meio Ambiente, dos projetos e metas e também sobre o peso de seu sobrenome.
Antes de ser confirmado como secretário do governo Alckmin, Covas foi o deputado mais votado de SP. Em entrevista à TV Estadão ele comenta as estratégias e o fato de ter recebido 240 mil votos.
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