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Lula: marco regulatório dos meios de comunicação não é censura à imprensa

Agência Brasil

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Por Camila Tuchlinski
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quinta-feira, 2, que a discussão sobre o novo marco regulatório dos meios de comunicação não é uma forma de impor censura à imprensa. Em entrevista a rádios comunitárias, Lula disse que, muitas vezes, os meios de comunicação confundem críticas com cerceamento.

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"Há uma briga histórica. Os meios de comunicação confundiram isso, como se fosse um cerceamento da liberdade de imprensa. A coisa mais pobre que eu acho é alguém achar que não pode receber críticas, que é intocável", disse ao acrescentar que nunca pediu para a imprensa "falar bem" dele. "Só quero que falem a verdade, aquilo que aconteceu", completou.

Lula admitiu que houve críticas quando o governo resolveu fazer o que chamou de "democratização da publicidade". O número de empresas que atendem ao governo passou de 400 para mais de oito mil, segundo Lula. "Isso teve uma reação bruta porque você tinha um pequeno grupo que estava acostumado a 'comer' sozinho", disse.

Sobre o futuro do Ministério das Comunicações e também das rádios comunitárias, Lula disse que, nos últimos 30 dias de seu governo, provavelmente não dará tempo de tomar mais medidas para o setor, mas que a presidenta eleita, Dilma Rousseff, certamente cuidará do assunto.

"Pode ficar certo que Dilma sabe o que tem de fazer para o Ministério das Comunicações ter um papel mais importante do que o que teve no meu governo, exatamente por causa do marco regulatório", afirmou, ao destacar que ela é favorável à nova regulação da comunicação no Brasil. "Dilma não veio de onde eu vim, mas ela vai para onde eu vou. É uma mulher de cabeça boa, arejada, que vai fazer coisas extraordinárias", disse.

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A missão da nova pasta será de mais responsabilidade que a do ministério anterior por causa das discussões do marco regulatório. Para Lula, a legislação atual precisa ser atualizada. "Temos uma legislação de 1962, quando não tinha nem fax, nem telefone digital. Imaginem a dificuldade que tivemos de criar a TV pública e ainda falta muito pra consolidar. Não é só uma coisa para a sociedade, é uma estrutura que foi montada", disse.

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