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Livro sobre Mário Covas relembra embates e traz episódios inéditos

Gabriel Manzano, de O Estado de S. Paulo

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Por Lilian Venturini
Atualização:

O histórico discurso na Câmara na véspera do Ato Institucional número 5, em 1968, outro propondo um "choque de capitalismo" no País em 1989, um confronto em que deu a cara para bater a professores em greve, na praça da República, em São Paulo. Esses episódios, e muitos outros que marcaram os 40 anos de vida política de Mário Covas, acabam de ser organizados e reunidos no livro Mário Covas - Democracia: defender, conquistar, praticar, que a Imprensa Oficial lançou nessa quinta-feira, 5, no Museu da Casa Brasileira, no bairro paulistano dos Jardins.

 Foto: Estadão

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"A ideia era relembrar os dez anos de morte do Mário, com um livro que juntasse os principais episódios de sua luta e de sua história", resume Osvaldo Martins, assessor e amigo do governador desde seus primeiros tempos, ainda em Santos, e coordenador da obra. Martins reuniu antigos aliados do grupo covista e pediu a cada um deles um capítulo. José Afonso da Silva detalha sua batalha para que a Constituinte resultasse em uma Carta progressista. Antonio Angarita e Dalmo Nogueira, seus antigos secretários, relatam fatos inéditos de seu dia-a-dia como governador. O cientista político Humberto Dantas recorda seu estilo pessoal, seus projetos e sucessos na Prefeitura paulistana. Sérgio Praça traz de volta os bastidores de um PSDB ainda frágil e desorganizado, em duas eleições que Covas perdeu, para presidente em 1989 e para governador em 1990. A eles se somou o médico David Uip, responsável por um dramático capítulo sobre a luta de Covas contra o câncer - uma luta que ele acompanhou até seu ultimo dia.

São 315 páginas recheadas de episódios inéditos - alguns preciosos, como as batalhas do Congresso onde a presença do novato PSDB, nos anos 80, estimulou os conservadores a organizar o "centrão". "Um dos pontos fortes do trabalho é um estudo sobre seu discurso na véspera do Ato Institucional nº 5", diz Martins. Foi um último sopro de democracia, abafado no dia seguinte por um ato que inaugurou os anos de chumbo do regime militar e cujas notas taquigráficas sumiram da Câmara, "salvas" por uma funcionária que só as devolveu 32 anos mais tarde, em 2000.

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