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Fim da reeleição divide tucanos no Senado

Lilian Venturini, do estadão.com.br

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Por Lilian Venturini
Atualização:

A decisão de acabar com a reeleição para cargos do Executivo mostrou que o assunto não tem consenso nem entre representantes do mesmo partido. Nesta quinta-feira, 17, os tucanos Aloysio Nunes Ferreira e Aécio Neves defenderam opiniões contrárias sobre o tema, durante reunião da Comissão de Reforma Política do Senado.

O representante mineiro do PSDB no Senado se posicionou com a maioria pelo fim da reeleição e pelo mandato de cinco anos. Já o paulista Aloysio Nunes Ferreira, ao lado de Francisco Dornelles (PP-RJ), defendeu o modelo atual. Na avaliação do senador, o eleitor deve ter a opção de reconduzir o governante ao cargo por mais um mandato se estiver satisfeito com a administração.

 Foto: Estadão

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Dentro do PSDB, o posicionamento de Aloysio não se choca somente com a opinião de Aécio Neves, mas também com a do ex-presidenciável José Serra, seu aliado. O ex-governador defendeu publicamente inúmeras vezes o fim da possibilidade de o governante ficar oito anos no poder, inclusive durante a campanha eleitoral do ano passado.

As discussões sobre a reforma política ocorrem paralelamente no Senado, na Câmara e nos partidos. Dentro do PSDB, o o projeto não divide opiniões somente sobre a duração do mandato. Na semana passada, a assessoria de imprensa do PSDB informou que a legenda vem trabalhando internamente para elaborar uma proposta consensual, mas ainda não está fechado quando será finalizada. Se a legenda seguir o cronograma do Senado, o prazo é curto. Os membros da comissão querem fechar o texto final até o início de abril.

Voto obrigatório. Na reunião desta quinta, a comissão aprovou também a manutenção do voto obrigatório, mas nesse item não houve diferenças entre Aloysio e Aécio, ambos favoráveis ao modelo. Apenas Demóstenes Torres (DEM-GO), Itamar Franco (PPS-MG) e Francisco Dornelles (PP-RJ) defendiam o voto facultativo. Para Aécio, a não obrigatoriedade cria riscos ao sistema eleitoral. "Podemos ter governantes eleitos por uma minoria pouco expressiva", considera.

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As mudanças no sistema eleitoral aprovadas pela comissão do Senado ainda serão enviadas para votação no Congresso. Nessa terça-feira, 15, a comissão aprovou a redução de dois para um suplente e mudança da data de posse de governadores e presidente da República.

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