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Em visita a Pernambuco, Aécio promete choque de infraestrutura no Nordeste

No Estado já governado por seu adversário Eduardo Campos (PSB), senador tucano faz agendas políticas na tentativa de conquistar eleitor nordestino

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Por Lilian Venturini
Atualização:

Pedro Venceslau (enviado especial) e Angela Lacerda

 

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Recife - (última atualização às 22h12) Na primeira agenda política após ser oficializado candidato à Presidência pelo PSDB, no sábado, o senador Aécio Neves prometeu nesta quarta-feira, 18, em Pernambuco, terra do ex-governador e pré-candidato ao Planalto Eduardo Campos (PSB), dar "um choque de infraestrutura no Nordeste".

O caminho para dar tal "choque" será, segundo o tucano, seu programa "Novo Nordeste", a ser anunciado em agosto. Ontem, Aécio não deu detalhes sobre esse plano cujo foco é a região onde o PT costuma vencer com larga vantagem nas eleições presidenciais e é o maior reduto eleitoral da presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição.

A opção dos tucanos de priorizar agora o Nordeste decorre da avaliação de que o senador foi bem sucedido no período de pré-campanha no movimento de aproximação com os paulistas do partido. Além de ter atraído para a sua área de influência líderes locais em São Paulo, candidato pacificou sua relação com dois desafetos internos no Estado: o ex-governador José Serra e o governador Geraldo Alckmin.

O candidato a vice na chapa de Aécio deve também sair de São Paulo. O mais cotado para o posto é o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira. Aécio, porém, não perdeu a esperança de contar com o apoio de um partido dissidente da base aliada de Dilma, como o PSD. Nesse caso, a vaga da vice seria cedida.

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O comitê de Aécio avalia que, com votação expressiva em São Paulo e em sua terra natal, Minas Gerais, o tucano já garantiria a ida ao 2.º turno. Para vencer a eleição, porém, é necessário a ampliação do apoio no Nordeste. "Vamos apresentar na campanha uma proposta formulada por nordestinos para promover um choque de infraestrutura no Nordeste", disse o senador em eventos realizados ontem no Recife.

A ideia, segundo Aécio, é concluir as obras inacabadas e com sobrepreço na região, além de fazer grandes investimentos em programas sociais. A principal inspiração do senador é o programa "Travessia", usado como uma das maiores vitrines de sua gestão no governo mineiro. "O Travessia é um programa exitoso em Minas Gerais e pode atender as demandas dessa região. Nós investimos três vezes mais per capta na região nordeste de Minas Gerais, que tem um IDH parecido com o do Nordeste brasileiro, do que nas regiões mais ricas", afirmou.

Aécio reiterou que vai manter e aperfeiçoar programas como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida. Outra proposta do programa Novo Nordeste é um projeto que recupere para o semiárido a capacidade de investimentos em irrigação. Em sua visita ao Recife, Aécio incluiu um encontro reservado com o governador João Lyra (PSB), vice que assumiu o comando do Estado após Campos se desincompatibilizar do cargo em abril. "Tenho uma relação pessoal com o João Lyra que extrapola nossas figuras", disse.

Aécio lembrou que o irmão do governador, Fernando Lyra, foi uma dos "grandes amigos" de seu avô, Tancredo Neves. Questionado sobre a possibilidade de receber apoio do governador, Aécio frisou que sabe dos compromissos dele com Campos, mas deixou no ar a possibilidade. "Vamos ver o que vai acontecer lá na frente."

Momento. A visita aconteceu no momento que a base política de Campos vive a eminência de um racha. Apesar de ser oficialmente aliado do pré-candidato do PSB ao Planalto, Lyra se afastou dele após não ser ungido candidato à reeleição - Campos escolheu Paulo Câmara, secretário da Fazenda, como sucessor.

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Além do esfriamento da relação, Lyra vem sendo fortemente criticado até por aliados do PSB por ter ordenado na terça-feira uma ação da Polícia Militar de reintegração de posse do terreno do Cais José Estelita.

A atuação da PM, que ocorreu pouco antes da partida do Brasil contra o México, resultou em detidos e feridos. Aliado de Campos e ex-presidente do PSB pernambucano, Milton Coelho criticou a ação no Facebook, bem como a ex-ministra Marina Silva, vice na chapa pessebista. Questionado sobre a ação da PM, Aécio preferiu não entrar na polêmica. "Não cabe a mim julgar a ação da PM", afirmou.

 

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