O administrador de empresas Geraldo Júlio, de 41 anos, elegeu-se neste domingo, 7, prefeito do Recife, em primeiro turno, com 51,14% dos votos (com 99,08% dos votos apurados). Filiado ao PSB desde 2002, ele jamais disputara uma eleição antes.
A escolha do eleitorado recifense fortalece a condição de personagem nacional do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB e mentor político de Júlio. Um dia antes do prazo final para a apresentação de candidaturas, Campos escolheu um auxiliar novato que derrotou experimentados políticos de Pernambuco.
O segundo lugar (27,66%) ficou com o ex-vereador e deputado estadual Daniel Coelho (PSDB), de 33, que cresceu na reta final, mas não conseguiu evitar a eleição em só um turno. Bem atrás, com 17,43% dos votos, o antes favorito Humberto Costa (PT), de 55, senador e ex-ministro. O fracasso da candidatura do petista pôs fim à hegemonia petista de 12 anos na Prefeitura do Recife.
O prefeito eleito, Geraldo Júlio (PSB), disse que sua gestão terá a meta de "iniciar o processo de transformação dessa cidade". Ele prometeu trabalhar para "estabelecer a paz política" no Recife.
"O povo do Recife demonstrou uma confiança muito grande na nossa candidatura", afirmou o prefeito eleito, que acrescentou que a prioridade das primeiras semanas de gestão será "a manutenção e a limpeza" da cidade.
Derrotados. Para Coelho, PSDB e a oposição saem fortalecidos da eleição. "Conseguimos uma vitória que não estava na conta de ninguém: sem dinheiro, enfrentando os donos do poder, as máquinas, calúnias", disse. "Não saio de cabeça baixa nem derrotado", reforçou, ao falar à militância, no seu comitê, no bairro de Boa Viagem, na zona sul, depois do fim da apuração.
Daniel retomar a segunda-feira, 8, sua cadeira de deputado estadual na Assembleia Legislativa para continuar "lutando pelo Recife e por Pernambuco, fiscalizando o governo estadual e o novo prefeito".
Humberto Costa, candidato derrotado do PT, favorito nas pesquisas, disse que o partido vai agora discutir se vai fazer oposição ao governo Eduardo Campos, onde petistas ocupam duas secretarias. Ele informou que na quarta-feira, 10, haverá uma reunião da direção nacional para fazer uma avaliação no âmbito nacional.
Ungido pelo PT nacional para disputar a prefeitura depois de um racha interno no partido - e consequente rompimento com o PSB, que decidiu lançar candidato - Humberto Costa afirmou ter cumprido sua missão. "A derrota não me diminui", frisou ele, ao avaliar que o resultado da eleição no Recife destoou do desempenho do PT nacionalmente. "O PT teve resultados muito bons".