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Em nota, PSDB diz que jornalista não acusou Aécio em depoimento

O PSDB divulgou uma nota nesta quinta-feira, 21, afirmando que o jornalista Amaury Ribeiro Jr. não ligou o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), ao episódio da quebra de sigilo de tucanos e de pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra.

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Por Jennifer Gonzales
Atualização:

Amaury Ribeiro Jr. admitiu em seu depoimento ter pago pelos dados fiscais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, da filha de José Serra, Verônica, e de seu marido, Alexandre Borges.

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De acordo com a nota, "em nenhum momento o jornalista disse ter feito qualquer investigação com o objetivo de proteger o governador de Minas de ações de pessoas ligadas ao governador Serra."

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, que assina a nota, acusa o PT de montar uma "farsa" para "esconder as vergonhosas e inaceitáveis ações que ocorreram verdadeiramente dentro do comitê da campanha da candidata Dilma Rousseff, em Brasília". Guerra também criticou a Polícia Federal por não ter divulgado a íntegra dos depoimentos.

Leia a íntegra da nota

O Brasil assiste atônito à mais grave evidência de uso político e partidário das instituições do Estado, agravada pela manipulação de documentos oficiais sob responsabilidade direta do Poder Público.

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Primeiro, o presidente da República anuncia ao País que a Polícia Federal se pronunciará sobre a investigação a respeito da quebra do sigilo fiscal de integrantes do PSDB, numa demonstração explícita de que o conteúdo do posicionamento de uma investigação policial, que se pretendia isenta e sigilosa, seria favorável ao seu partido, o PT.

O Brasil então quer saber:

Se o assunto é tão relevante a ponto de merecer a participação direta do presidente da República, por que a Polícia Federal não divulgou a íntegra dos depoimentos?

A resposta é simples. A leitura dos depoimentos joga por terra toda a farsa montada pelo PT para esconder as vergonhosas e inaceitáveis ações que ocorreram verdadeiramente dentro do comitê da campanha da candidata Dilma Rousseff, em Brasília.

Nas últimas 24 horas o PT, o presidente Lula e a candidata Dilma Rousseff usaram de todos os meios para dizer aos brasileiros que a criminosa ação de venda e de vazamento de dados sigilosos da Receita Federal ocorreu a partir de uma disputa interna do PSDB entre José Serra e Aécio Neves. Disseram isso publicamente a jornalistas e aos eleitores brasileiros.

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A candidata Dilma Rousseff afirmou literalmente que o jornalista sob investigação, Amaury Ribeiro Júnior, em seu depoimento à Polícia Federal, teria declarado "que fez o trabalho dentro de um conflito entre dois candidatos à presidência dos tucanos". Dilma avalizou perante o País inteiro a versão de que o vazamento de dados fiscais da família de José Serra foi uma iniciativa com o objetivo de proteger o governador Aécio Neves contra dossiês feitos por pessoas ligadas ao governador Serra.   

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A leitura do depoimento prestado pelo jornalista à Polícia Federal, no entanto, revela exatamente o contrário e joga por terra a tentativa do PT de fraudar a verdade: em nenhum momento o jornalista disse ter feito qualquer investigação com o objetivo de proteger o governador de Minas de ações de pessoas ligadas ao governador Serra.

O depoimento é inequívoco ao mostrar as digitais dos responsáveis por negociações e estratégias inaceitáveis num processo de disputa eleitoral de um País democrático. Os nomes estão declarados pelo jornalista e não são de tucanos, e sim do PT.

O depoimento do jornalista Amaury Ribeiro Júnior traz revelações importantes e necessárias para conhecimento e reflexão dos eleitores brasileiros. São elas:

1-      O jornalista diz textualmente que houve pelo menos duas reuniões de integrantes do comitê da campanha de Dilma Rousseff, com data, hora e endereços identificados em Brasília, com o objetivo de contratar serviços de espionagem contra José Serra.

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2-      Que o comitê da candidata Dilma analisou propostas financeiras feitas para contratação de serviços de espionagem contra integrantes do próprio PT e contra integrantes do PSDB. 

3-      Que havia uma disputa interna por poder entre dirigentes do PT dentro do comitê da candidata em Brasília.

4-      E, por fim, o jornalista atribui claramente a Rui Falcão, do PT, o vazamento dos dados fiscais obtidos por ele.

O depoimento do jornalista revela mais:

Que a obtenção dos dados fiscais ocorreu no final de setembro em data na qual Amaury Ribeiro Júnior, não trabalhava mais para o jornal Estado de Minas. Documentos da empresa mostram que o jornalista encontrava-se em férias, tendo voltado em 14 de outubro para pedir demissão.

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Que enquanto trabalhava no jornal, suas despesas eram custeadas pela empresa e, durante o período das férias, suas despesas passaram a ser custeadas por pessoas. Quem pagava as despesas de Amaury? Por que ele sempre passava por Brasília antes de seguir para São Paulo, conforme demonstra a investigação?

As perguntas que o País quer ver respondidas são de quem era o dinheiro que despachante Dirceu Rodrigues Garcia disse à Polícia Federal ter recebido em sua conta corrente em agosto deste ano?

O presidente da República e Dilma Rousseff devem ainda explicar ao País quem autorizou a integrantes do comitê da candidata a fazer negociações de contratos para espionagem e que envolveriam até a contratação de transporte de dinheiro de Caixa 2, conforme afirmou o jornalista em seu depoimento à Polícia Federal.

Todos, incluindo o PSDB, esperam os esclarecimentos que se fazem necessários e urgentes ao País.

Senador Sérgio Guerra

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Presidente Nacional do PSDB

Brasília, 21 de outubro de 2010.

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