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Marina deixa o PV e defende que partidos abandonem velhas práticas

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Por Jennifer Gonzales
Atualização:
Jair Stangler, do Estadão.com.br Deputado Alfredo Sirkis beija a mão de Marina, observado pelos empresários Guilherme Leal e Oded Grajew. Foto: Evelson de Freitas/AE A ex-senadora Marina Silva anunciou oficialmente sua saída do PV nesta quinta-feira, 7, em São Paulo. Em sua fala, a ex-senadora e terceira colocada nas eleições presidenciais de 2010, defendeu que os partidos abandonem velhas práticas. Até inventou uma nova palavra para definir seu gesto: "não é hora de ser pragmática, é hora de ser "sonhática'". Marina apoiará candidatos que defendam 'causa verde' Para especialistas, Marina levará consigo votos que trouxe ao PV Leia o discurso de Marina na íntegra O evento "Encontro por uma nova Política", reuniu, além da ex-presidenciável, os empresários Guilherme Leal, o deputado federal Alfredo Sirkis, o ex-candidato ao Senado por São Paulo Ricardo Young e o ex-presidente do diretório do PV paulista Maurício Brusadin. Fernando Gabeira, atualmente sem mandato, e que deve permanecer no PV, participou do evento via Skype. A saída de Marina se dá após a meses de disputa interna entre o grupo de Marina pela e os aliados do presidente nacional da sigla, deputado federal José Luiz Penna (PV) . O grupo da ex-senadora pretendia fazer democratizar a sigla, permitindo a votação direta dos filiados para a eleição da direção partidária. De acordo com Sirkis, a democratização da sigla era parte do acerto feito com Marina quando ela deixou o PT e se filiou ao PV. Embora todos os presentes ao evento criticassem o PV por não permitir essa democratização, alguns procuraram amenizar as críticas. A própria Marina disse que foi bonito o que ela e o partido fizeram nas eleições de 2010. Porém, foram muitas as críticas feitas. Um dos que mais criticou o PV foi Sirkis: "O PV não conseguiu se desvencilhar da cultura política brasileira. Se perdeu em carguinhos, em fisiologismo", declarou. Apesar das críticas, Sirkis disse que deve continuar no partido, ao menos por enquanto. Ele, como Gabeira, afirmaram acreditar que a partir do gesto de Marina, podem acontecer coisas dentro do partido. Ele também afirmou que pretende manter seu mandato na Câmara dos Deputados, mas informou que, embora siga filiado, irá se desligar da vida partidária. Sirkis disse que poderá até fazer campanha contra algum candidato do PV que julgue ser 'pilantra ou fisiológico'. "Os partidos continuam importantes, mas precisam abandonar velhas práticas". Marina diz que irá trabalhar para pautar os partidos pela agenda da sustentabilidade, para dar sustentação para Dilma vetar se o novo Código Florestal for aprovado. Marina afirma ainda que não sabe como será em 2014. "Não vou ficar na cadeira cativa de candidata para 2014." A partir de agora, Marina passará a ser a principal figura de um novo movimento. No futuro, esse movimento pode se transformar em um partido. Mas não agora, segundo Sirkis. "Não é difícil criar. Tem 30 deputados que gostariam de estar em um partido com a Marina. Mas se formos criar às pressas, de afogadilho, corremos o risco de trocar seis por meia dúzia", argumenta. Esse movimento, continua ele, será supra-partidário. "Tem uma deputada do Amazonas, que é do PP, e compactua com nossa causa. Podemos apoia-lá", diz. O deputado sugeriu que o movimento chame-se "Verdes e cidadania". Veja como foi o evento: 17h42 - "Se o nosso partido fosse tão importante a ponto de dar visibilidade ao projeto, é evidente que não sairíamos desse partido", diz Ricardo Young 17h37 - Perguntados se, sem cargo e sem partido, Marina não perderá capital eleitoral, Sirkis diz que isso poderá aumentar a influência eleitoral do grupo. "Posso até chegar em alguma cidade e dizer: não vote nesse cara, embora ele seja do PV, ele é um pilantra, ele é um fisiológico". Segundo ele ainda, com o movimento ele pode fazer aliança com políticos de outros partidos. 17h36 - Brusadin diz que candidatura do Eduardo Jorge para a prefeitura de São Paulo é algo "muito prematuro" 17h31 - Sobre o Código Florestal, Marina diz que "é mais do que evidente que a anistia é para desmatadores ilegais." 17h25 - Sirkis rebate nota da direção do PV, que afirmou que havia participação política do grupo de Marina. Segundo ele, o processo de abertura do partido que eles pretendiam fazer era bem mais amplo. 17h19 - Marina nega que esteja sendo messiânica, que está buscando um novo espaço para fazer política. "Quando saí do PT foi a mesma coisa, saí como um ato de consciência. Não tem nada a ver com pragmatismo. Eu não posso obrigar o Sirkis a sair, cada um tem a sua opinião." 17h11 - Marina volta a repetir que não sabe se será candidata em 2014 e diz que seu gesto não dá margem à interpretação. "Estamos renunciando às estruturas partidárias. O que fizemos com o PV foi algo bom, mas agora o PV não está atendendo a essa nova visão da política". Para Sirkis, os dirigentes do PV estão olhando para seus próprios umbiguinhos. 17h07 - Samuel Boss, humorista do ABC, soltou essa ao lado do blogueiro: "Marina é a primeira a sair de um partido 'caetaneando'. Kassab sai dizendo que quer fazer acordo, a Marina sai filosofando" 16h59 - Marina responde a coletiva de imprensa. Perguntada sobre quanto vão sair do PV, Marina afirma que não sabe. Sirkis diz que a contabilidade deve ser feita não por quantos estão saindo do partido, mas quantos estão aderindo ao movimento. "Eu, por exemplo, estou saindo da estrutura partidária, mas não do partido. A contabilidade deve ser feita por adesão. E a adesão é massiva." 16h55 - "O ideal deve estar na popa, a nos impulsionar, não como um símbolo na proa. O ideal tem que estar dentro de nós. Não é hora de ser pragmático, é hora de ser 'sonhático', é hora de lutar pelos nossos sonhos. Muito obrigada!", conclui Marina. 16h54 - Segundo estimativa dos organizadores do evento, cerca de 400 pessoas acompanham o evento no Espaço Crisantempo, dentro do auditório, ou no hall de entrada, onde um telão foi colocado. 16h51 - "Eu estive na Alemanha, onde eles também estão com o mesmo discurso, de fazer uma nova política, só quem em uma língua bem mais difícil do que é a minha", afirma. 16h48 - "Os partidos continuam importantes, mas precisam abandonar velhas práticas". Marina diz que irá trabalhar para pautar os partidos pela agenda da sustentabilidade, para dar sustentação para Dilma vetar se o novo Código Florestal for aprovado. Marina afirma ainda que não sabe como será em 2014. "Não vou ficar na cadeira cativa de candidata para 2014." 16h43 - "Qual é nosso foco? É transformar esses brasileiros e brasileiras que estão sendo condenados pelos partidos a serem meros espectadores", diz. 16h39 - "A face mais grave das perversões da política, é o afastamento das pessoas da política. Eu acredito no voto consciente, no voto informado, que não se deixam influenciar pelo que dizem as políticas. Isso para mim é a nova forma de fazer política." 16h36 - Marina diz que está promovendo esse ato "para manter sua palavra". Agradece ao Sirkis e a outros pelo apoio que está tendo. 16h32 - Marina Silva fala: "Não é o momento para ficarmos tristes. É o momento de ficarmos tristes e alegres. Para ficar tristes, basta ver os casos que estão pipocando por aí. Para ficar alegre, basta ver o Brasil de fora da política, que está se formando, uma nova argamassa. Eu vou ler o discurso. Quis fazer a síntese do que tem se discutido, é o "Discurso por uma nova política." 16h29 - Padres Xergio Xavier e Afonso Lobato, ambos do PV, manifestam apoio a Marina. Lobato: "Mesmo sendo padre, eu me apaixonei" 16h15 - Guilherme Leal: "Nós só estamos aqui por uma coisa, por um sonho que nos une". Enquanto o ex candidato a vice fala, acaba a energia do Espaço Crisantempo. Leal segue discursando sem microfone. Leal defende que as pessoas façam política sem se prenderem a partidos políticos. 16h09 - Ricardo Young disse que a candidatura da Marina representou um encontro de rios, uma "pororoca", reunindo forças da sociedade preocuadas com o meio ambiente. 16h04 - Por vídeo, João Paulo Capobianco, que coordenou a campanha de Marina, diz que o movimento é uma reafirmação e repete o mantra de Sirkis, de que o PV não é o espaço para se discutir um Brasil sustentável. 15h49 - Sirkis diz que o movimento será supra-partidário. "Tem uma deputada do Amazonas, que é do PP, e compactua com nossa causa. Podemos apoiá-la lá." Sirkis diz que por ter sido avalista do acordo do PV com Marina, deixa as funções internas e a vida partidária, mas não vai se desfiliar ainda. "Até poderia brigar na Justiça. Mas eu penso que nesse momento é o mais acertado. Acho que ainda vão acontecer coisas dentro do Partido Verde", diz. Diz ainda que, se Marina for candidata em 2014, o movimento irá avaliar qual será o melhor instrumento para isso. 15h45 - "O PV não conseguiu se desvencilhar da cultura política brasileira. Se perdeu em carguinhos, em politicagem. Não é um simples racha de um partido de esquerda ou de centro-esquerda brasileira. É um transbordamento. O PV virou um cartório falido", acusa. "Não vamos criar um partido político agora. Não é difícil criar. Tem 30 deputados que gostariam de estar em um partido com a Marina. Mas se formos criar às pressas, de afogadilho, o risco de trocar seis por meia dúzia", argumenta. 15h38 - Sirkis lembra a votação de Marina em 2010. "A Marina não pode dizer 'tenho 20 milhões' de votos. Ela teve 20 milhões de votos. Isso mostra um potencial", diz. Sirkis conta que quando Marina foi para o PV pactuou com ela que haveria democratização da sigla. Mas que Zequinha Sarney defendeu a prorrogação do mandato do atual presidente, José Luiz Penna, e que as propostas de democratização não foram respondidas. "O PV não é capaz de dar perspectiva a esses 20 milhões de votos", afirma. 15h33 - Fernando Gabeira faz sua manifestação via Skype, a partir do Rio de Janeiro. "Quero dizer que o movimento que está sendo feito hoje é muito importante. É o movimento de aproximar a sociedade da política. Os partidos estão muito desgastados. Temos que ter em mente que é preciso atuar nas instituições, nos parlamentos, nos governos. Nesse momento nós compreenderemos que os partidos também são importantes. É preciso que os partidos sejam capazes de compreender sua importância. Foi importante para  o partido que Marina tenha sido candidata, assim foi possível que o partido se conectasse a pessoas que de outra forma não votariam no PV. Desejo toda sorte ao movimento e contem comigo" 15h24 - O empresário Oded Grajew diz que é muito comum que você e sua causa começam a ganhar importância, você começa a ser cortejado e a causa começa a perder importância e o importante passa a ser o poder. Para ele, é o que acontece com o PV. "Mais importante é se filiar à causa", afirma. 15h21 - A pastora Valnice Milhomens, que apoiu Marina nas eleições e está representando os segmentos religiosos que apoiaram a candidata verde em 2010, anuncia que também deixará o PV. Eduardo Rumbauer, do Movimento Marina Silva, diz que, mesmo sem ter se filiado ao PV, tem muito a agradecer ao partido, e que seguirá fazendo política fora das instâncias partidárias. 15h01 - Fala Zé Fernando, do PV de MG: "Marina recupera a questão da ética, do interesse público. A questão ambiental exige um novo paradigma. A política é um ato de afirmação de valores." 14h58 - Brusadin abre o debate criticando o apelo aos cargos que contamina os partidos. Critica atitudes do PR e do PMDB de reivindicar cargos no governo federal para seus partidos. Critica o PV por não dar direito a voto aos filiados. "Não era o que sonhávamos esse desfecho", diz. 14h56 - Mauricio Brusadin, do PV de SP, anuncia a chegada de Marina Silva ao auditório. 14h46 - Começam a chegar as estrelas do evento, como o ex-candidato a vice na chapa de Marina, empresário Guilherme Leal e o deputado federal Alfredo Syrkis. 14h42 - Militante de primeira hora do PT, Marina foi ministra de Meio Ambiente do governo Lula entre janeiro de 2003 e maio de 2008, quando se demitiu após uma série de divergências com setores do governo, inclusive com a atual presidente da República, Dilma Rousseff, que foi ministra da Casa Civil de 2005 a março de 2010. Em agosto de 2009 deixou o PT e entrou para o PV, partido pelo qual disputou a Presidência da República em 2010, obtendo cerca de 20 milhões de votos. Depois disso, iniciou-se uma disputa interna pelo controle da sigla, opondo os aliados de Marina e do presidente da sigla, José Luiz Penna. 14h36 - O auditório do Espaço Crisantempo, na Vila Madalena está lotado. Muita gente da imprensa, marineiros e partidários do PV aguardando a chegada da ex-senadora.
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