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Dilma Rousseff promete unidade com o PMDB para transição

Sandra Manfrini e Bruno Siffredi

Por Bruno Siffredi
Atualização:

A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou há pouco que o seu governo vai se pautar "por um processo de transição de uma equipe única" e descartou a partilha de cargos com a base aliada. Segundo ela, essa é a visão também do seu vice, Michel Temer. "Tenho visto no PMDB toda uma postura favorável a essa visão." Dilma negou que haja conflito com o PMDB e afirmou que o partido aliado nunca pediu cargos a ela. Segundo a presidente eleita, durante todo o processo eleitoral, não houve conflito nesse sentido.

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Sobre o anúncio de nomes para os cargos do seu futuro governo, Dilma disse que fará isso com muita tranquilidade. Questionada sobre uma data em que será feito esse anúncio, a presidente eleita disse que não seria "doida" de marcar uma data para isso, pois senão seria cobrada disso, no caso de não cumprir o prazo.

"Vocês (imprensa) serão os primeiros a saber desses nomes", garantiu, ressaltando na sequência que sabe "perfeitamente" que precisa da imprensa para que a população tome conhecimento de seus anúncios.

Dilma disse ainda que não tem nomes para os ministérios do seu governo e que "não cometeria a temeridade de lançar nomes individualmente".

A presidente eleita sinalizou com uma possível mudança na postura em relação ao Irã e disse ser "radicalmente contra" a execução por apedrejamento de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que vem gerando protestos da comunidade internacional há meses. "Acho uma coisa bárbara o apedrejamento de Sakineh", disse.

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Dilma afirmou que pretende manter o diálogo "com todos os países do mundo, e não só com Teerã", mas ressaltou que o País não tem uma "política de agressão" e defende a paz na comunidade internacional. Ela reiterou seu compromisso com os direitos humanos e defendeu uma "opção clara por uma manifestação que conduza a melhorias".

Questionada sobre sua postura em relação ao MST, a presidente eleita ressaltou que o movimento "não é um caso de polícia" e disse que não dará margens para que ocorram em seu governo assassinatos de militantes do movimento, citando o massacre de Eldorado dos Carajás ocorrido em 1996. "No meu governo não darei margens para Eldorados dos Carajás."

"Eu considero que temos terra o suficiente pra continuar fazendo a reforma agrária", disse Dilma. "É fundamental garantir ao assentado e ao agricultor renda monetária." Para ela, será preciso criar milhões de pequenos proprietários para resolver o problema dos sem terra.

Sobre o encontro do G20 na Coreia do Sul, no qual deve acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma indicou que deve pedir um compromisso das potências para evitar novas turbulências na economia. "Todos os países que não são a China e os EUA percebem que existe uma guerra cambial", alertou a ministra, dando uma previa do discurso que deve adotar no encontro.

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