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Centrais manterão pressão por aumento do mínimo no Senado

Ricardo Chapola, do estadão.com.br

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

SÃO PAULO - As centrais sindicais anunciaram em nota emitida nesta quinta-feira, 17, que vão manter a pressão pelo aumento do salário mínimo para R$ 560 na votação que ocorrerá no Senado na próxima quarta-feira. Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto do Executivo que fixa o valor em R$ 545. A emenda do PSDB, cuja proposta era no valor de R$ 600, foi rejeitada por 376 votos; outros 106 parlamentares foram a favor e sete se abstiveram. A emenda do DEM, que queria um reajuste para R$ 560 também foi rejeitada com o placar de 361 contra, 120 a favor e 11 abstenções.

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O presidente da Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, lamentou a decisão e afirmou que "nenhum brasileiro saiu vitorioso". "Os únicos que estão sorrindo neste momento são os integrantes do mercado financeiro, que terão assegurados uma bela parcela do suor dos trabalhadores, através dos juros altos e dos cortes orçamentários promovidos pela equipe econômica", disse o presidente.

No Senado, o sindicalista acredita ser possível avançar mais, inclusive para estabelecer um mecanismo que garanta aumento real do salário em caso de PIB negativo. "A imprensa noticiou hoje que esta é a intenção do senador Renan Calheiros (PMDB). Uma das alternativas propostas por nós é de que a correção seja feita pela média dos últimos três PIBs positivos. Isso é importante, pois não podemos construir outra armadilha de fazer a média apenas dos três últimos PIBs.", destacou.

Para o dirigente sindical, centrais mostraram força e autonomia ao defender propostas apesar da posição do governo. "As centrais sindicais, do alto de sua autonomia e coerência, não só defenderam o aumento do poder de compra do trabalhador, mas pautaram um debate fundamental, o de que estamos passando por uma definição de rumos importante para o nosso país, se iremos retroceder para uma política ainda mais ortodoxa ou aprofundaremos as mudanças necessárias para libertar o Brasil da armadilha monetarista".

O presidente aproveitou também para alfinetar o governo sobre o corte no Orçamento. "Não dá para cortar R$ 50 bilhões do Orçamento e na outra ponta arrochar o salário do povo. Estamos diante de uma escolha política, ou mais dinheiro para o povo, ou a manutenção da sangria em prol da banca financeira internacional", afirmou.

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