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Após suposto assassinato de criança, ONGs pedem ao MPF providências para defender índios isolados do Maranhão

Roldão Arruda, de O Estado de S.Paulo

Por Bruno Siffredi
Atualização:

Organizações que atuam na defesa dos direitos dos povos indígenas protocolaram no Ministério Público Federal, em São Luís (MA), um pedido para quem sejam tomadas providências urgentes em defesa dos índios isolados da etnia awá-guajá. De acordo com o texto da petição, as terras reservadas a eles, no interior do Estado, foram invadidas por madeireiras.

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O documento foi assinado por representantes da Comissão de Direitos Humanos da Seção da OAB no Maranhão e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Eles querem a mobilização da Força Nacional de Segurança e do Ibama para a retirada dos madeireiros das áreas indígenas.  Pedem também a intervenção da Polícia Federal nas investigações sobre o suposto assassinato de uma criança na Terra Arariboia, situada no município de Arame, a 469 quilômetros da capital maranhense.

Segundo denúncia divulgada no início do mês pelo Cimi, a criança fazia parte de um grupo de isolados awá-guajá. Líderes indígenas da etnia guajajara, que dividem as terras com os povos isolados, atribuíram o crime aos madeireiros.

O assassinato teria ocorrido entre setembro e outubro do ano passado. O corpo carbonizado da criança, segundo a denúncia, foi encontrado em um acampamento abandonado.

Em entrevista ao Estado, o representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Luís Pedrosa, disse que a Funai não tem condições de impedir a invasão das terras pelos madeireiros. "Além de não contar com um posto avançado e bem equipado naquela área, os funcionários têm que confrontar forças políticas poderosas do Estado que estão ao lado dos invasores", disse ele. "Por isso estamos pedindo a intervenção de forças federais."

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No exterior, a organização Survival International, baseada em Londres, está conduzindo uma campanha destinada a cobrar do governo brasileiro providências para conter a in vasão da terra indígena. Segundo informações reunidas pela organização, os invasores ameaçam a sobrevivência de uma das  últimas tribos nômades de caçadores-coletores do mundo.

 Foto: Estadão
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