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Alckmin anuncia mínimo paulista de R$ 600 e compara aumento de metrô a reajuste do ônibus em SP

André Mascarenhas

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Por Ricardo Chapola
Atualização:

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou no inicio da tarde desta quarta-feira, 9, o reajuste do piso salarial regional do Estado, o "mínimo paulista". Criado para garantir uma remuneração acima do salário mínimo federal, o valor inicial no Estado será de R$ 600, para a primeira faixa salarial. O mínimo paulista esta dividido em três faixas, e será de R$ 610 na segunda e R$ 620 na terceira. O piso salarial de servidores públicos do Estado também será reajustado para R$ 630.

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O governador Geraldo Alckmin evitou comentar a polêmica em torno do mínimo nacional

De acordo com Alckmin, 1,4 milhão de trabalhadores da iniciativa privada, de 105 ocupações, serão beneficiados pela medida. Previsto para entrar em vigor no dia 1º de abril, o reajuste terá de passar agora pela Assembleia Legislativa. O mínimo paulista é voltado para as categorias profissionais que não possuem piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Segundo o secretario estadual de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia, os ganhos foram calculados com base na inflação de 2010 e no crescimento da economia paulista em 2009, mesma fórmula utilizada pelo governo federal para calcular o salário mínimo. Em São Paulo, o porcentual de reajuste foi de 7,14% para a primeira faixa salarial, 7,02% para a segunda e 6,9% para a terceira. Os servidores tiveram reajuste de 6,8%. O secretário anunciou também compromisso de, no ano que vem, antecipar a data em que o reajuste passa a vigorar para 1º de março.

Kassab. O reajuste do piso regional de São Paulo foi anunciado no momento em que o governo federal e a oposição discutem no Congresso e com centrais sindicais o valor para o salário mínimo em nível nacional. Com o argumento de que deve manter o equilíbrio das contas públicas, a presidente Dilma Rousseff bateu o martelo em R$ 545, enquanto a oposição tenta desgastar o governo com uma proposta de R$ 600. O valor foi defendido pelo ex-governador José Serra na campanha eleitoral.

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Alckmin, no entanto, evitou entrar na polêmica. "Essa é uma questão do governo federal e do Congresso", desconversou.

A única estocada - ainda que sutil - foi contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), seu principal adversário político no Estado. Ao ser questionado sobre os aumentos no metrô, trens e ônibus intermunicipais, que superaram os ganho concedidos aos trabalhadores, Alckmin ponderou: "Nós temos custos específicos, que foram analisados, no caso do metrô, trem e EMTU. Isso é uma análise de custos que foi feita. (O reajuste) está bem abaixo do IGP, que chegou a mais de 11%, e um pouco acima do IPCA. E bem abaixo do (aumento) do ônibus (em São Paulo), que está em R$ 3", disse, numa alfinetada velada ao prefeito.

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