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O Globo: No Estado do Rio, 5 campanhas entre as 22 mais caras do Brasil

Por Lilian Venturini
Atualização:

Por O Globo

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RIO - No estado do Rio, cinco campanhas figuram entre as 22 mais caras do país. Além da capital, na mira dos candidatos a prefeito que mais gastaram nesses dois meses de campanha estão os municípios de São Gonçalo, na Região Metropolitana, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e Niterói.

A lista fluminense é encabeçada pelo atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PMDB), com R$ 3,6 milhões em despesas de campanha, 8º lugar no ranking do Brasil. Em seguida, aparece o deputado federal Rodrigo Maia (DEM), que já aplicou R$ 2,4 milhões na disputa eleitoral pela prefeitura da capital.

Os gastos que mais chamam atenção, no entanto, estão fora da capital. A deputada estadual Graça Matos (PMDB) desembolsou R$ 2,3 milhões em território gonçalense. É a 13ª campanha mais cara do Brasil, de acordo com dados da segunda parcial das contas dos candidatos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 6 de julho e 6 de setembro.

São Gonçalo é o segundo maior colégio eleitoral do Estado do Rio, o que em tese justificaria gasto maior com a campanha. Mas é também um dos mais pobres. O município tem uma renda domiciliar per capita de apenas R$ 572. Jardim Catarina, bairro de São Gonçalo, é considerado o maior loteamento da América Latina e um dos mais violentos do Estado do Rio.

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Outro município que se destaca na lista de campanhas mais caras é Duque de Caxias. Washington Reis (PMDB) investiu mais de R$ 1,7 milhão para tentar derrotar seu inimigo histórico, José Camilo Zito (PP), atual prefeito da cidade. Caxias tem uma renda per capita ainda menor do que São Gonçalo, de apenas R$ 498.

Com uma realidade bem distinta dos outros dois municípios está Niterói. Na cidade, a campanha de Sergio Zveiter, a maior do PSD no país, já desembolsou R$ 1,6 milhão no pleito. O município tem renda per capita de R$ 1.700 -- maior que a do Rio de Janeiro, de R$ 1.204 . Em Niterói, 89,8% dos domicílios são ligados à rede geral de saneamento.

Analista: recursos públicos

O cientista político da Universidade Federal Fluminense (UFF) Eurico Figueiredo defende o financiamento público de campanha para solucionar problemas das distorções nos gastos dos partidos:

-- O Brasil não é pobre. O maior problema é a injustiça social. O financiamento público é essencial para equilibrar a distribuição de recursos entre os candidatos. E cada partido recebe uma fatia proporcional ao seu êxito eleitoral.

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Para além do estado do Rio, seis campanhas em território paulista estão entre as mais caras do país. Os dois maiores gastos são dos candidatos Fernando Haddad (PT), com R$ 16,4 milhões; e José Serra (PSDB), com R$ 8,1 milhões. Em terceiro lugar no estado aparece Gabriel Chalita (PMDB), com despesas de R$ 3,7 milhões. Outros municípios do Estado de São Paulo também aparecem na lista, como Campinas, Guarulhos e São Bernardo do Campo.

Na região Nordeste, estão sete das campanhas mais dispendiosas do Brasil. É o caso dos R$ 4,67 milhões investidos pelo PSB na campanha de Roberto Cláudio para prefeito de Fortaleza. É uma das maiores apostas do governador pernambucano Eduardo Campos para o seu partido.

Também na capital cearense, Elmano de Freitas (PT) já fez despesas de R$ 2,8 milhões. É o segundo maior gasto do partido nessas eleições. Já em Salvador, o candidato Pelegrino desembolsou R$ 2,42 milhões na corrida eleitoral, o terceiro maior gasto do PT.

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