O Globo: Marcelo Yuka acompanha pela primeira vez Freixo nas ruas

Por O Globo RIO -- O candidato a prefeito do Rio Marcelo Freixo (PSOL) teve, neste domingo Dia dos Pais, pela primeira vez a companhia do seu companheiro de chapa, o músico e cantor Marcelo Yuka. O ineditismo do encontro nas ruas também alterou a rotina de Freixo que ficou num papel secundário diante dos militantes e por quem passava pelo Aterro do Flamengo. Os dois aproveitaram o dia de sol para gravarem a apresentação do artista para o programa eleitoral. Ainda desconfortável na situação de postulante a um cargo público, o ex-baterista do Rappa chegou ao parque por volta das 11 horas e foi logo cercado pela equipe de Freixo, candidatos a vereadores e militantes. Em uma cadeira de rodas desde 2000, quando ficou paraplégico depois de levar nove tiros em um assalto na Zona Norte do Rio, o músico trocou palavras rápidas com o seu companheiro de chapa e foi logo requisitado para as primeiras fotos. -- Não sei muito como me comportar porque essa coisa de eu ter uma certa visibilidade, as pessoas normalmente falam comigo e me cumprimentam. Aqui, se eu fizer a mesma coisa, parece que eu estou fazendo porque sou candidato. Então não sei muito como me comportar ainda. Acho que minhas dúvidas, minhas fragilidades são pertinentes -- disse Yuka. Logo no início da caminhada na orla, o músico fez questão de recusar a ajuda da mulher do deputado Marcelo Freixo, a jornalista Renata Stuart, que se ofereceu para empurrá-lo pela orla. Mas pouco depois de 150 metros de percusso, Yuka se queixou com Freixo do cansaço. Com o braço esquerdo comprometido depois dos tiros e as voltas com problemas renais e dores causados pela imobilidade parcial, ele lamenta não poder estar mais presente. -- Tive vontade de vir outras vezes, mas infelizmente não pude. No primeiro dia, inclusive, estava todo arrumado para ir em Campo Grande que é minha área, nasci lá, mas minha pressão estava alta demais -- explica. Apesar da limitação física, Yuka pretende inverter os papéis com o Freixo em uma área sensível ao candidato: a Zona Oeste. Criado na localidade conhecida como Magali, ele acha que deve ir onde o candidato majoritário está impedido. Questionado se não teme ser alvo de algum tipo de ataque, o músico foi taxativo: -- Não não tenho. Acho que esse peso não cai sobre mim. O risco que ele corre é muito direcionado a ele. Se na minha condição, depois de ter passado por isso tudo e ainda ter medo. Não quero mais recuar.

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Por Lilian Venturini
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