O Globo: Adversários criticam políticas de Paes para cultura

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Por Lilian Venturini
Atualização:

Por O Globo

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RIO - Três dos candidatos à sucessão municipal, que participaram na noite deste domingo de um debate sobre a cultura carioca em uma livraria na Zona Sul do Rio, aproveitaram a oportunidade para atacar a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB) para o setor. Marcelo Freixo (PSOL), Aspásia Camargo (PV) e Otavio Leite (PSDB) criticaram principalmente a concentração de investimentos em bairros na Zona Sul, em prejuízo às regiões Norte e Oeste da cidade, a situação das lonas cultural, segundo eles abandonadas, e os gastos com a promoção de grandes espetáculos.

O debate, promovido pelo Instituto Diálogos Cariocas, foi marcado pelas ausências de Paes e do candidato do DEM, Rodrigo Maia. Marcelo Freixo disse 90% dos equipamentos culturais da prefeitura estão concentrados da Tijuca para o Leblon, enquanto as zonas Norte e Oeste estariam vivendo um quadro "absolutamente precário". Ele também criticou o calendário de megaeventos patrocinados pelo dinheiro municipal. Segundo ele, gasta-se mais com show de rock do que todo o orçamento de cultura de um ano:

- Política de espetáculo é diferente de política de cultura. Cidadania do aplauso. É chamado, vai para rua, bate palma e volta. É a política de trabalhar com uma população passiva. Ninguém é contrário aos shows. Mas política publica de cultura é diferente.

Aspásia Camargo, ex-secretária de Cultura, disse que o sucateamento da cultura é uma realidade e citou o exemplo da rede municipal de bibliotecas, "em situação que nos envergonha". A candidata do PV disse que as elites governantes, incluindo a do Rio, não gostam de cultura e lamentou que só se invista em especátulos:

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- Há alguma coisa de errado. Aparentemente, a cultura é prioridade. Mas para os governos, não é. Não conheço nenhum governo no Brasil que tenha dado prioridade à cultura. Planejamento teria de ser a base da governança na cultura. Prioridade exige uma estrutura governamental. Temos de ter um fundo para a cultura.

Já Otavio Leite, que garantiu não ter intenção de destruir a Cidade da Música, afirmou que o Rio amarga uma média de quase 100 mil pessoas para cada equipamento cultural, proporção que considera "pequena, ridícula, dada a nossa importância cultural".

- É preciso foco mais direcionado para zonas norte e oeste. Para cada show na zona sul, é preciso assumir algum compromisso para que nessas áreas possamos realizar eventos - declarou.

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