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Gazeta do Povo: Fruet visita Lula para se explicar sobre o mensalão e 'pacificar' o PT local

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Por Redação
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Por Gazeta do Povo

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O pré-candidato a prefeito de Curitiba pelo PDT, Gustavo Fruet, visitou ontem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em São Paulo. O encontro serviu para "apresentar" o ex-deputado federal e ex-tucano, de atuação notória na oposição ao governo Lula, na nova condição de aliado do projeto petista no Paraná. A "bênção" de Lula à candidatura de Fruet era considerada estratégica pela ala do partido que apoia o pedetista - tanto para acalmar os ânimos dos petistas contrários à aliança, quanto para legitimar a coligação.

O encontro ocorreu na sede do Instituto Lula e teve ainda a presença do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), e do deputado federal André Vargas (PT-PR).

A maior parte da conversa, que durou uma hora e meia, foi usada para explicar a Lula a disputa interna que dividiu o PT paranaense entre a ala que queria a candidatura própria e a que preferia apoiar Fruet. O ex-presidente Lula demonstrou duas preocupações principais: pacificar o PT local rachado pela disputa interna que resultou na coligação e criar uma estratégia para explicar ao eleitor curitibano a aliança do PT com o ex-tucano.

"Quanto à necessidade de unificar o PT, explicamos a Lula que já caminhamos para a unidade", disse Fruet. O pedetista destacou que o deputado Tadeu Veneri (PT), que pleiteava a indicação como candidato petista à prefeitura, já tem participado de reuniões com a coordenação da pré-campanha. E que, nesta semana, deve se reunir com o deputado federal Dr. Rosinha (PT), outro que teve frustrado seu plano de concorrer à prefeitura.

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Conversa franca

Fruet disse ainda que a conversa com Lula foi "franca", mas não teve tom de retratação ou de pedido de perdão dele ao ex-presidente - em virtude de o ex-tucano ter sido um dos mais duros adversários de Lula durante as investigações sobre o mensalão no Congresso. "Falei para ele que, na ocasião, assumi a postura que o momento exigia: fui contundente na investigação, mas nunca entrei em desqualificação pessoal do presidente."

Fruet e os petistas sabem que esse assunto deverá ser muito explorado durante a campanha eleitoral. "Disse para o ex-presidente que esse é o único ponto em que estão me batendo há meses", afirmou o pré-candidato. Segundo o pedetista, o ex-presidente Lula também teria dado algumas sugestões sobre estratégias de campanha e projetos de governo.

O ministro Paulo Ber­­nardo afirmou que, para Lula, é importante que a oposição feita por Fruet ao governo do ex-presidente seja apresentada da maneira "mais clara" possível para os eleitores. Segundo Bernardo, Lula lembrou na conversa que os curitibanos "são muito rigorosos". "Já que tivemos divergências no passado; isso precisa ficar bem esclarecido para que o Gustavo possa ser o porta-voz do nosso projeto para Curitiba", disse o ministro.

Ainda segundo Bernardo, Lula se comprometeu a "ajudar na campanha, desde o primeiro momento". Mas isso vai ocorrer "na medida em que seu tratamento de saúde e sua agenda permitirem". O ministro negou, portanto, as insinuações de que Lula não anunciaria publicamente apoio nem a Fruet, nem ao também aliado Ratinho Jr. (PSC) no primeiro turno.

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