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Por Estadão
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 Foto: Estadão

Até Ganesha, um dos principais deuses do hinduísmo, rendeu-se à competitividade chinesa. Hoje em dia, várias estátuas deste deus, que é considerado o 'removedor de obstáculos', não são mais fabricadas em solo indiano. Elas vêm da China. É mais ou menos como se importássemos dos chineses as nossas imagens da Nossa Senhora (acho que não importamos, ou importamos?). A superioridade da Índia em serviços é inquestionável, mas o país (assim como o resto do mundo) luta para sobreviver à incrível concorrência chinesa em manufaturas. Um dos caminhos para a sobrevivência é o tão alardeado 'valor agregado'. Tantas vezes repetida, a expressão parece jargão de administrador ou economista. Mas dentro de uma pequena fábrica indiana no desértico estado do Rajastão é possível testemunhar o real significado de valor agregado. Aqui, artesãos fabricam manualmente jóias de ouro, brilhantes, rubis e esmeraldas que chegam a custar US$ 50 mil. Muitos desses profissionais vêm de famílias que produziram gerações e gerações de artesãos. Outros vêm para as fábricas com 19 anos, onde são treinados exaustivamente no ofício. "Os chineses têm muita competitividade nas jóias mais simples, mais baratas, feitas com ajuda de máquina. Mas nós ainda nos destacamos nesta joalheria artesanal, de altíssimo valor agregado, que precisa de muita técnica", explica um gerente da fábrica

As fotos são da fotojornalista Karin Dauch, brasileira radicada em Nova York, que está aqui na Índia.

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