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Dilma no Washington Post critica política do Brasil para o Irã

Em longa e interessante entrevista publicada no Washington Post hoje, a presidente eleita Dilma Rousseff critica a política brasileira de omissão em relação a abusos de direitos humanos no Irã. Na entrevista - feita por Lally Weymouth, filha da grande Katharine Graham - ela passa um recado claro para o Itamaraty, que acentuou no governo Lula sua tradição de se abster nas resoluções de condenações de diretos humanos na ONU. "Não sou presidente do Brasil hoje, mas eu me sentirira desconfortável, como uma mulher eleita presidente, ao não dizer nada contra o apedrejamento (da viúva Sakineh Ashtiani, acusada de adultério). Minha posição não vai mudar quando eu assumir. Eu não vou concordar com a maneira pela qual o Brasil votou. Não é minha posição" Um pouco antes, sobre apedrejamento, ela diz: Não concordo com práticas com características medievais. Não há nuance. Eu não vou fazer nenhuma concessão."

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Por Redação
Atualização:

Em matéria publicada no domingo passado no Estado, foi exatamente isso que interlocutores da Dilma me disseram - ela considera "um erro enorme" o Brasil se aproximar de um país que apedreja mulheres e não se posicionar de forma mais enérgica em relação a isso. Dilma aprova a ideia de o Brasil atuar como mediador nas negociações para evitar sanções contra o programa nuclear do Irã - mas desde que o custo não seja muito alto, desde que isso não signifique fechar os olhoso para violações de direitos humanos no país.

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