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Palocci é convidado para Casa Civil, mas resiste

Ex-ministro quer pasta com menos visibilidade e titular do Planejamento diz esperar 'encaixe'; Coutinho fica no BNDES

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Por Redação
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Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

A presidente eleita, Dilma Rousseff, convidou ontem o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci para assumir a Casa Civil e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para comandar a Previdência Social. Em almoço no Palácio do Alvorada, Dilma e Palocci conversaram sobre o xadrez ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao que tudo indica, Bernardo irá mesmo para o lugar de Carlos Eduardo Gabas (PT) na Previdência, mas Palocci ainda resiste a aceitar a Casa Civil e prefere um ministério com menos visibilidade, como a Secretaria-Geral da Presidência. Embora a Casa Civil vá perder funções executivas, como a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a pasta é emblemática por ter protagonizado uma sucessão de crises, desde o escândalo do mensalão, em 2005. Na prática, o destino de Palocci - curinga da equipe - não está fechado: ele ficará no Palácio do Planalto, mas tanto pode ir para a Casa Civil desidratada como para a Secretaria-Geral fortalecida. Hoje, a tendência é que vá para a Secretaria-Geral e ajude na interlocução com Estados e municípios. Núcleo duro. A ideia da presidente eleita é reformar o núcleo duro do Palácio do Planalto para dar mais eficiência à máquina administrativa, reforçar a articulação política com o Congresso e o diálogo com governadores e prefeitos. Bernardo confirmou o convite de Dilma, mas desconversou quando questionado sobre a Previdência. "Ela me fez convite para participar do governo, mas foi genérico porque tem mais de uma opção", disse ele, após reunião com a presidente eleita, na Granja do Torto. "Há um tabuleiro para montar e é preciso completar o Lego primeiro", brincou, numa referência ao jogo em que as peças se encaixam. O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, também ficará no governo, mas em nova função. É cotado para a Secretaria de Direitos Humanos ou outra pasta próxima ao gabinete de Dilma, dependendo do arranjo a ser feito no núcleo duro. A futura presidente convidou, ainda, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, a permanecer no cargo. Ele aceitou. Coutinho foi professor de Dilma na Unicamp e integra a ala desenvolvimentista do governo. Responsável pelas negociações com o Congresso, a Secretaria de Relações Institucionais, hoje ocupada por Alexandre Padilha, deve ser mantida no novo desenho do núcleo duro. Associações de médicos querem que Padilha vá para a Saúde, hoje com o PMDB, mas a tendência é ele permanecer no Planalto.

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