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Governo define segundo escalão da Fazenda

Carlos Alberto Barreto, ex-secretário na gestão de Jorge Rachid, vai chefiar a Receita Federal; Nelson Barbosa será o secretário-executivo do Ministério

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Por Redação
Atualização:

Lu Aiko Otta e Adriana Fernandes - O Estado de S.Paulo

Em tempos de guerra cambial, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, escolheu um especialista em temas internacionais para formular a política econômica no governo de Dilma Rousseff e trouxe de volta um integrante da "turma do Rachid" para chefiar a Receita Federal. Além disso, Mantega abriu espaço para a presidente eleita dar um "prêmio de consolação" a Nelson Barbosa. Cotado para ocupar o lugar do próprio Mantega, ele ficou como secretário executivo, espécie de vice-ministro. Apontado como um dos economistas preferidos de Dilma, Barbosa teve sinais que ocuparia um posto de destaque na futura equipe. Foi cotado para ministro da Fazenda, do Planejamento e presidente do BNDES. Dilma, porém, queria Barbosa numa eventual equipe de conselheiros no Planalto. A amigos, ele disse que não queria essa tarefa Os nomes da nova equipe foram anunciados ontem em nota. Para a Secretaria de Política Econômica, que tem o papel de formular medidas, foi escolhido Marcio Holland de Brito. Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde trabalhou com Mantega, e com pós-doutorado em economia internacional e finanças internacionais pela Universidade Berkeley, ele escreveu recentemente um texto em que defende um profundo ajuste fiscal como forma de combater a desvalorização cambial. A maior surpresa foi a escalação de Carlos Cozendey, atual chefe do Departamento Econômico do Itamaraty, para a secretaria de Assuntos Internacionais. Cozendey entrará no lugar de Márcio Galvão, que deixa a Fazenda. No Itamaraty há 24 anos, o futuro secretário tem vasta experiência nas discussões comerciais e chefiou as negociações com os EUA na disputa sobre o algodão. Cozendey trabalhou em Genebra, chefiou a Divisão de Mercosul do Ministério das Relações Exteriores e comandou a missão brasileira junto às comunidades europeias. O ministro resolveu manter no cargo o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin; a procuradora-geral da Fazenda Nacional, Adriana Queiroz de Carvalho; e o secretário de Acompanhamento Econômico, Antônio Henrique Silveira. Receita. Depois da crise no comando da Receita, com o escândalo de vazamentos de dados de contribuintes, o titular do órgão, Otacílio Cartaxo, será substituído por Carlos Alberto Barreto. Ex-secretário adjunto na gestão de Jorge Rachid, ele foi preterido por Mantega para chefiar a Receita, perdendo a vaga para Lina Maria Vieira. Quando Rachid saiu, a então a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pressionou pela nomeação de Barreto, mas não foi atendida. Mantega queria ver afastada toda a equipe de Rachid, vista como um resquício do governo Fernando Henrique. Atualmente, Barreto é presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Dilma gostou de sua atuação quando negociou com ele medidas de desoneração dos investimentos. / COLABOROU RENATO ANDRADE

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