Fernando Nakagawa, da Agência Estado
BRASÍLIA - Na noite de terça-feira, 14, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, usou uma piada para, discretamente, criticar a falta de um mandato formal para a presidência da autoridade monetária no Brasil. A quinze dias de deixar o cargo, o presidente do BC lembrou das inúmeras perguntas feitas a ele após assumir o posto em 2003. Meirelles citou que muita gente o questionava sobre sua perspectiva, na época, de permanecer na presidência da instituição. "Quando me perguntavam quanto tempo eu esperava ficar no cargo, dizia que trabalhava com 30 dias. Eu tinha certeza que estava preparado para 30 dias se fosse o caso. Porque, afinal de contas, não há mandato para a presidência no BC no Brasil", afirmou em discurso na noite de ontem após receber homenagem da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia como "Homem dinâmico de 2010". À plateia composta por lojistas da capital goiana e do interior do Estado, Meirelles reconheceu que o período à frente ao BC foi composto pelos "oito anos mais gratificantes da minha vida profissional". "E, hoje, posso dizer que após esses oito anos tenho o senso de dever cumprido. Estou gratificado e feliz", disse o presidente da instituição que nasceu na cidade de Anápolis, interior de Goiás. Um dos motivos de orgulho para Meirelles é o atual respeito internacional conquistado pelo Brasil. "Ao longo de muitos anos ouvíamos sempre aquela frase que na primeira parte era elogiosa, mas na segunda não soava bem: que o Brasil é o país do futuro e que sempre vai continuar sendo". "Hoje, no mundo inteiro, o Brasil é o país do presente, o país das oportunidades. É por isso que vamos trabalhar porque a hora é agora".