Houve um tempo em que se dizia que no Brasil só pretos, pobres e prostitutas iam para a cadeia. Depois que Marcelo Odebrecht, que é branco e rico, e Lula, que é rico e poderoso, foram incluídos na população carcereira, já não se pode mais dizer a mesma coisa. Mas o chamado foro de prerrogativa de função não é o único privilégio que distingue cidadãos de primeira classe de nós outros, passageiros do porão. Agora os juízes dos tribunais superiores estabeleceram que Lula pode receber deputados diariamente, privilégio similar a Fernandinho Beira-Mar visitar Nem da Rocinha. E Eduardo Azeredo não será humilhado envergando uniforme de condenado, privilégio não concedido ao coleguinha Sérgio Cabral. Este é um de meus comentários no Estadão às 5, transmitido do estúdio da TV Estadão no meio da redação do jornal, ancorado por Emanuel Bomfim e retransmitido nas redes sociais Youtube, Twitter, Periscope Estadão e Facebook na quarta-feira 23 de maio de 2018, às 17 horas.