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Por debaixo dos panos

Ainda negociando delação premiada, contador apresenta provas contra Geddel, da turma de Temer

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Por José Neumanne
Atualização:

Funaro, contador de Cunha, apresenta WhatsApps de "Carainho" como prova à PF Foto: André Dusek/Estadão

O presidente Michel Temer ainda não tinha saído de Moscou nesta quarta-feira, quando teve a péssima notícia dos depoimentos-bombas dados à Polícia Federal pelo contador de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do bando do PMDB na Câmara, Lúcio Funaro. Na avaliação dos investigadores, os contatos feitos por WhatsApp entre a mulher deste, Raquel, e Geddel Vieira Lima, ex-secretário de Governo de Temer, reforçam a suspeita de que o baiano estaria preocupado com uma possível delação premiada do contador. O advogado dele, Bruno Espiñeira,fez chegar à PF 'impressos de ligações' recebidas por Raquel e encaminhadas por um certo 'Carainho', que, para PF, é Geddel. Então, provas não faltam, não é?

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na quinta-feira 22 de junho de 2017, às 7h30m)

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Abaixo, a íintegra da degravação do comentário

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Eldorado, 22 de junho de 2017, quinta-feira

Com dois votos a favor tomados na reunião de ontem do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), será retomado hoje, à tarde, o julgamento sobre os limites da atuação do juiz na homologação dos acordos de colaboração premiada. Já dá pra prever o resultado?

Acho que dá. Até agora, já votaram os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes em defesa da competência do relator para homologar o acordo de colaboração premiada. Fachin e Moraes também convergiram no entendimento de que a delação da JBS deveria ter sido distribuída, por prevenção, a Fachin. Vamos ouvir parte do voto de Fachin, Nelson?

SONORA_FACHIN

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"Não pode o Poder Judiciário substituir a opção lícita, válida, aquele acordo de vontades entre o Ministério Público e o colaborador", disse Moraes.

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Prejuízo com  a tentativa de consertar pode terminar sendo maior, com a desmoralização do instituto da delação premiada. Tudo indica que a posição de Barroso, que ainda não votou, prevalecerá sobre a histeria de Gilmar Mendes que não perdoa a Lava Jato, desde que ela focou no PSDB.

Lembrar cooperação internacional EUA FBI Modesto Carvalhosa, atitude interncional depois da queda das torres gêmeas em Nova York. Permitir Estado quebrar a palavra não é uma boa. Unanimidade nacional contra benefícios dados a Joesley, que apareceu ontem de boné e deu oito horas de depoimento à PF, Mantenho minhas desconfianças em relação a Janot e Fachin sobre sua parcialidade, possível gratidão a Lula. Outra unanimidade nacional que se firma é a desconfiança geral em torno do presidente Temer.

O que mais tem contribuído para provocar dores de cabeça em Temer em Moscou e agora em Oslo, para onde vai?

É que, na negociação para fazer delação premiada, um aliado do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o contador Lucio Bolonha Funaro, está produzindo depoimentos bomba. Ontem foi noticiado que ele comprometeu o presidente com dinheiro do FI FGTS, ou seja, do trabalhador neste ambiente de 14 milhões de desempregados. Ontem foi noticiado que ele entregou à Polícia Federal reproduções de diálogos entre sua mulher, Raquel Funaro, e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, do Governo Michel Temer. As correspondências pelo aplicativo WhatsApp foram registradas em oito datas entre 17 de maio e 1 de junho deste ano - neste período a Operação Patmos, que pega o presidente, já estava em curso. Na avaliação dos investigadores, os contatos reforçam suspeita de que Geddel estaria preocupado com uma possível delação premiada de Lucio Funaro. Por isso, procurou Raquel. Funaro está preso na Papuda, em Brasília, desde 1 de julho de 2016, quando foi alvo da Operação Sépsis. Por meio de seu advogado, Bruno Espiñeira, o aliado de Eduardo Cunha fez chegar à PF 'impressos de ligações' recebidas por Raquel via WhatsApp. As ligações foram feitas por um certo 'Carainho', que, segundo os investigadores, é Geddel.

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Temer fez ouvidos de mercador a todos os avisos de que tinha de se livrar de seu núcleo mole no Palácio Moreira, Eliseu Padilha e Geddel - episódio com Calero.

E parece que a coisa no Congresso não anda lá muito bem. Nesta semana as notícias da reforma trabalhista, tida como favas contadas, não são boas. Dá para resolver esse imbróglio?

Até dá. Mas no mesmo dia em que Temer exagerou nos superlativos certíssimo, fortíssimo, e nos neologismos como desprezável, a oposição impôs ontem o segundo revés consecutivo ao governo na tramitação da reforma trabalhista. Um dia após a derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, governistas tiveram de ceder na agenda do projeto e já reconhecem que o texto só será votado em plenário no mês de julho, às vésperas do início do recesso legislativo. Até o início da semana, era dada como certa a votação em plenário na próxima quarta-feira, 28.

Adiar a tramitação faz parte da estratégia da oposição que, diante do reconhecimento de que o governo tem votos suficientes para aprovar o projeto, prefere jogar com o tempo para tentar atrair mais descontentes. A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), hoje, foi mais um sinal de que o governo parece perder força no Congresso.

Comissão não vale nada, mas o efeito desse noticiário negativo noutra reforma, a da previdência, pode desmoralizar de vez o papo de governo das reformas que Temer tem lá em Moscou.

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Um dos três votos da base aliada que ajudaram a derrotar a reforma trabalhista emcomissão do Senado, o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou nesta quarta-feira, 21, ter sido alvo de retaliação do governo com a demissão de dois indicados seus em órgãos do Executivo. Em um discurso de oposição, acusou o presidente Michel Temer de chantagem e cobrou sua renúncia.

E o que você me diz da adesão do senador Hélio José à luta contra a corrupção e também contra a reforma trabalhista? 

É que o governo retaliou o voto contra do renanzista Hélio José contra a reforma trabalhista exonerando Vicente Ferreira, que deixou a Diretoria Planejamento e Avaliação da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), e Nilo Gonsalves, exonerado do cargo de superintendente do Patrimônio da União no Distrito Federal (SPU-DF). Vamos ouvir o mais novo Varão de Plutarco e Pai dos Pobres de Brasília

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Gravações feitas nesta semana e divulgadas pela internet mostram o senador Hélio José (PMDB-DF) defendendo em 2 de agosto a indicação de um ex-assessor para o cargo de superintendente da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal. Nos áudios, o político diz que nomeia "a melancia que quiser" para o posto e que quem não "estiver com ele" pode "cair fora". "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar", diz o senador em um trecho da conversa.

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Não é mesmo um cara de pau o sujeito?

E o que você me diz da cooperação internacional na luta contra a corrupção assinado ontem entre Temer e Putin em Moscou?

Por falar em cara de pau... Os governos da Rússia e do Brasil prometeram cooperar na luta contra a corrupção. Na declaração firmada após a reunião bilateral no Kremlin, sede do poder na Rússia, Temer e Vladimir Putin foram destacados 35 objetivos destacados na declaração bilateral, um foi especialmente dedicado ao tema da corrupção. "Os dois países entendem que a cooperação anticorrupção deve ter como objetivo a obtenção de resultados concretos." Em ambos os países, entre outros casos de irregularidades, há suspeitas de desvios de verbas e de superfaturamento de obras públicas para a realização de grandes eventos esportivos. Assim como ocorreu no Brasil em 2014, a Rússia vai ser sede da Copa do Mundo no próximo ano.

Mudando de assunto, a recuperação judicial da Oi completou um ano anteontem e seu desfecho ainda é incerto. Os credores e os acionistas ainda enfrentam um impasse para aprovar o plano de recuperação judicial da empresa. E o próprio presidente da Oi, Marco Schroeder, admite que a cada dia que passa a aumenta a probabilidade de a empresa sofrer uma intervenção federal.

A dívida de R$ 64 bilhões com 55.080 credores fez da recuperação judicial da Oi a maior da história do Brasil - a lei foi criada em 2005. A complexidade do processo se deve não só aos valores envolvidos, mas também à importância da empresa. A Oi é a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes.

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Diretores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e integrantes do Ministério das Comunicações tentam convencer o Palácio do Planalto e auxiliares do presidente Michel Temer a publicar, o quanto antes, a medida provisória (MP) e o projeto de lei desenhados para resolver os problemas de empresas de telecomunicações em grave crise financeira. Anunciados há mais de um mês como formas de ajudar a solucionar a situação da Oi -- em recuperação judicial com débitos de mais de R$ 63 bilhões --, a MP e o projeto de lei serviriam também para todas as empresas do setor que passam por problemas financeiros. Além da tele carioca, a medida seria considerada benéfica para outras companhias, como Nextel e a paranaense Sercomtel.

Um ano do megacalote da oi, o maior da história do Brasil, sem acordo com os credores e o Juarez Quadros ainda insiste em  trocar dividas da Oi com a uniao em crédito para a Oi! Juarez Quadros quer fazer gentileza com chapéu dos outros, no caso o nosso chapéu. E que depois das delações já se viu que não tem favorecimento gratuito. Porque deveria o cidadão doar para os acionistas caloteiros da Oi? Alguém tem que avisar a Juarez Quadros que ele não é dono da União. Sem falar que Juarez Quadros foi indicado pelo Kassab, Renan e TemerSONORA Por debaixo dos panos Barros e Cecéu - Ney Matogrosso

https://www.youtube.com/watch?v=5dY5p-XAjqE

 

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