A investigação da polícia do Rio sobre a execução da vereadora Marielle Franco, do PSOL, e o motorista Anderson Gomes, embora tenha sido limitada até agora aos executantes, sem a identificação dos mandantes, já nos dá a conhecer terríveis aspectos estruturais da influência da delinquência na vida rotineira da sociedade civil e honesta no Brasil. A descoberta de um espantoso arsenal na casa de um amigo do acusado de ter atirado nas vítimas, cuja atividade criminosa já era de conhecimento notório pelas autoridades policiais, dá bem a dimensão da facilidade com que os assassinos têm acesso a armas pesadas para cometerem seus delitos. E o fato de um sargento reformado da PM ter condições para morar num condomínio de luxo na praia, o mesmo onde o presidente da República, que até o ano passado, era deputado federal, tem uma casa revela como o crime compensa financeiramente no Rio e no País. Este é meu comentário no Estadão Notícias, no Portal do Estadão desde 6 horas da quarta-feira 13 de março de 2019.