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Direto ao assunto

Mas que mulher indigesta!

Temer insiste em Cristiane Brasil porque depende do PTB, que, pelo visto, pertence ao pai dela

Por José Neumanne
Atualização:

Saída do anonimato com indicação para ministério não favorece filha de Roberto Jefferson. Foto João Ricardo /PTB Foto: Estadão

Mesmo que o governo federal, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) e o dono do PTB, que é da base de governo, o réu confesso e delator Roberto Jefferson, pai dela, depois das derrotas na Justiça, recorram ao Supremo e mantenhm a posse dela no Ministério do Trabalho, é duvidoso que agaranta os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência. Em relação à deputada e ao pai, a nomeação dela é considerada um resgate do nome da família depois da condenação dele no mensalão. O que não é duvidoso é que, enquanto a capivara da sra. Brasil cresce, a Nação, estupefata, só pode cantar o velho sucesso Mulher indigesta do genial poeta da vila Noel Rosa. Ela merece um tijolo na testa.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na quinta-feira 11 de janeiro de 2018, às 7h40m)

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Para ouvir Mulher indigesta, com Noel Rosa, clique aqui

Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:

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Eldorado 11 de janeiro de 2018 Quinta-feira

Emanuel O juiz federal Vladimir Vitovsky negou ONTEM pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) para rever a ordem que proíbe Cristiane de tomar posse como ministra do Trabalho. Essa insistência não está caindo no ridículo?

Cristiane, filha do ex-deputado federal e atual presidente do PTB Roberto Jefferson, foi anunciada como ministra do Trabalho do presidente Michel Temer (MDB) há uma semana, no dia 3. Mas na última segunda-feira (8) a posse de Cristiane foi suspensa por decisão liminar (provisória) emitida pelo juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Ele atendeu pedido apresentado em ação popular por um cidadão comum. "Este magistrado vislumbra flagrante desrespeito à Constituição Federal no que se refere à moralidade administrativa, em seu artigo 37, caput, quando se pretende nomear para um cargo de tamanha magnitude, Ministro do Trabalho, pessoa que já teria sido condenada em reclamações trabalhistas, condenações estas com trânsito em julgado", escreveu o magistrado, que impôs multa de R$ 500 mil para quem descumprir a decisão. Anteontem, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) negou recurso apresentado pela AGU e manteve a ordem emitida pelo juiz de Niterói. Ontem, a AGU havia apresentado novo recurso ao próprio TRF-2. A própria Cristiane Brasil também recorreu, e os pedidos foram analisados pelo juiz federal Vladimir Vitovsky, substituto do desembargador federal José Antonio Neiva no TRF-2. Por volta das 20h30, a assessoria desse Tribunal confirmou que Vitovsky negou os pedidos e manteve a decisão do juiz federal de Niterói proibindo a posse de Cristiane como ministra do Trabalho.

A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), nomeada, mas ainda não empossada ministra do Trabalho, respondeu a pelo menos mais um processo na Justiça Trabalhista, além dos das duas ações movidas pelos motoristas Fernando Fernandes e Leonardo Eugênio. O terceiro processo contra Cristiane foi movido pela empregada doméstica Sebastiana Benjamim, em 2003.

Sebastiana trabalhava na casa de Cristiane na Praia do Flamengo, na zona sul do Rio. Era faxineira, arrumava a casa, passava roupas e cozinhava. A mulher alegou que Cristiane não fazia o recolhimento de suas contribuições previdenciárias.

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Por parte de Temer, a insistência demonstra a dependência de seu governo da base fragmentada e seria até natural, pois, como se sabe, são necessários dois terços dos votos do Congresso para aprovar a emenda constitucional da reforma previdenciária e não dá para esnobar os votos do PTB, presidido por Roberto Jefferson. Mesmo que o governo e a deputada recorram ao Supremo e mantenham a posse, contudo, é duvidoso que a posse do Ministério do Trabalho pelo PTB garanta os votos necessários. Em relação à deputada e ao pai, a nomeação dela é considerada um resgate do nome da família depois de sua condenação no mensalão. Isso é mais duvidoso ainda. O que não é duvidoso é que, enquanto a capivara de madame Brasil cresce, a Nação, estupefata, só pode cantar o velho sucesso Mulher indigesta do genial poeta da vila Noel Rosa. Ela merece um tijolo na testa.

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Carolina A menor inflação em duas décadas, meio ponto porcentual abaixo do piso da meta, 2,95% em vez de 3%, pode representar a consolidação de uma era de preços mais comportados no Brasil mesmo, como dizem os especialistas?

De fato, este é o menor patamar desde 1998 (1,65%), graças a uma queda sem precedentes nos preços dos alimentos. O resultado ficou abaixo do piso da meta do governo, fixada em 4,5%, com tolerância entre 3% e 6%. Assim, o Banco Central (BC) precisou emitir um comunicado inédito, explicando por que a taxa ficou tão baixa.

A expectativa do mercado é que os preços subam um pouco mais em 2018, e o índice oficial feche o ano em cerca de 4%. Mesmo assim, com dois anos de inflação baixa, a economia deve colher consequências positivas, como juros menores, estímulo ao consumo e ao crescimento. Mas o desafio na área fiscal preocupa. Caso o governo não consiga aprovar a reforma da Previdência, a reação de investidores preocupados com as contas públicas pode causar desequilíbrios na taxa de câmbio, com impacto sobre os preços. Pela primeira vez desde a criação do Plano Real, em 1994, um ano terminou no Brasil com preços de alimentos mais baratos. Dentro do IPCA, índice de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo Alimentos e Bebidas recuou 1,87% em 2017, contribuindo para a economia brasileira registrar a menor inflação desde 1998. Por trás do movimento está a maior produção agrícola da história. Segundo economistas especializados em agropecuária, o campo viveu condições perfeitas na safra 2016/2017, colhida ano passado.

"A agropecuária, mais uma vez, ajudou a economia a ter musculatura", afirmou Renato Conchon, coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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Em primeiro lugar entre as condições perfeitas, veio o clima. "Uma condição climática favorável nunca foi tão generalizada", disse a consultora independente Amaryllis Romano, especializada em agropecuária. Segundo a economista, o clima foi o ideal ao longo de toda a safra (do verão iniciado em 2016 ao segundo semestre de 2017) e em todas a regiões produtoras.

Após publicar a carta aberta em que aponta as justificativas para a inflação ter ficado abaixo da meta, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou em entrevista coletiva que esse patamar de avanço dos preços é "bom".

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E o presidente Michel Temer convocou os ministros da área econômica e chamou a imprensa para um pronunciamento no Palácio do Planalto.

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Temer tem mais é que comemorar mesmo. Aliás, podia ter comemorado mais. Se já tivesse feito o óbvio na novela tragicômica da troca do ministro do Trabalho poderia ter conquistado mais adeptos comemorando algo de muito mais interesse popular, que é a esperada queda da inflação, que pode ser realmente o início de uma nova era, o fim da recessão, ou seja da maior crise moral, econômica, administrativa e política da História do Brasil.

Emanuel O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, disse ontem que pretende concluir até o final deste ano as investigações da PF no âmbito dos inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive nos casos relacionados à Operação Lava Jato e à apuração do suposto pagamento de propina da empresa Rodrimar para o presidente Michel Temer. A notícia é boa ou má?

A Polícia Federal mais que dobrou a equipe da Lava Jato que atua nos inquéritos envolvendo políticos no STF para tentar encerrar as investigações antes das eleições deste ano. Segovia autorizou o nomeação de mais 8 delegados, 7 escrivães e 17 analistas para atuar no Grupo de Inquérito (GINQ) responsável pelas 273 investigações em andamento na Corte. No STF tramitam os casos envolvendo políticos com foro por prerrogativa de função, o chamado foro privilegiado.

A ampliação da equipe da PF foi um dos assuntos tratados nesta manhã durante a reunião de Segovia com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. Os dois conversaram por cerca de uma hora e meia.

A notícia é boa, porque, de fato, ninguém agüenta nem entende por que esses processos criminais contra criminosos do colarinho branco com foro privilegiado no Supremo gozam de tanta impunidade por tanto tempo. Se, de fato, a Polícia Federal conseguir terminar seus processos até o fim do ano, fica claro que esta impunidade é garantida por má vontade ou coisa pior por parte daqueles que chamei de 11 cavaleiros da távola-ferradura da

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Suprema Tolerância Federáuer em meu artigo de ontem no Estadão. Mas o diretor da PF poderia ter sido mais discreto e tomar as providências sem grande estardalhaço. Até porque para meio entendedor, como eu, ficou claro que este pode ser mais um truque para livrar a cara do presidente Temer, que pôs Fernando Por que no te callas Segóvia na direção da PF para ter um pouco mais de paz sem processos criminais até o fim de seu mandato-tampão. Basta ver a tentativa de seu advogado Eduardo Carnelós de dar foro especial aos investigados sem foro do mesmo processo, caso do ex-assessor fac totum Rodrigo da Rocha Loures, aquele que fugiu correndo com uma mala com 500 mil reais da porta, imaginem só, de uma padaria em São Paulo, encenando a própria piada pronta. E, aliás, uma piada de muito mau gosto. A intenção do advogado era evitar que Temer, Moreira e Padilha, os com foro, não fossem prejudicados pelo resultado da investigação dos desforados, digamos assim. Logo, não deixa de ser estranho o anúncio feito ontem de forma desnecessária e extemporânea que essa investigação e outras serão encerradas a toque de caixa.

Carolina Aliás, por falar em toque de caixa, não seria este também o caso da investigação da Polícia Federal sobre a queda do avião em que morreu o ministro do Supremo Teori Zavascki, anunciada pelo mesmo Segóvia ontem, em reunião com a presidente do STF, Cármen Lúcia?

Bem, o indigitado diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, e o delegado da PF Rubens Maleiner se encontraram ontem com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal por cerca de uma hora e meia para apresentarem a ela o andamento da investigação sobre o acidente aéreo que matou o ministro Teori Zavasckie outras quatro pessoas, em janeiro de 2017. Após a reunião, Maleiner, que preside o inquérito sobre o acidente, afirmou que, embora a investigação ainda não esteja concluída, já se pode afirmar que não houve qualquer 'ato intencional' que tenha provocado a queda da aeronave, descartando as hipóteses de sabotagem no avião que levava o então ministro relator da Lava Jato. O delegado disse que a apuração está em estágio bastante avançado.

Se a apuração está em estágio avançado, a PF podia esperar concluí-la para levar os resultados a Cármen Lúcia. Houve muita especulação de sabotagem no caso, mas isso ocorreu há um ano quando houve o acidente. Esse tipo de especulação é comum em casos do gênero. Desde sempre tenho trazido aqui opiniões de especialistas que desmontam essa teoria conspiratória. A única explicação para a reunião da PF com a presidente do STF ontem em seu último plantão, pois este ano ela será substituída por Dias Toffoli, é que é mais uma flor do recesso, ou seja, aproveitar a falta de notícia das viradas de ano para merecer atenção dos meios de comunicação.

SONORA Mulher indigesta Noel Rosa

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