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Faroeste caboclo

Tiroteio no curral Brasil: Temer insultou Joesley de grampeador e foi xingado de ladrão de volta

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Por José Neumanne
Atualização:

Chamado de grampeador-geral por Temer, Joesley o tratou de ladrão-geral. Foto Ayrton Vignola/Estadão Foto: Estadão

A notícia de que Temer chamou Joesley de "grampeador-geral" e Joesley respondeu chamando aliado que virou desafeto de "ladrão-geral do Brasil", dá uma boa ideia do nível de desrespeito que atinge as instituições republicanas no Brasil hoje. Ladrão é muito mais pesado do que o grampeador. Havemos de combinar que na hierarquia dos crimes o de furtar é muito mais grave do que o de grampear. A única justificativa de Temer seria justificar de forma detalhada e convincente suas relações e seu encontro secreto e suspeito com o açougueiro no Jaburu. Sem isso, tudo o mais são firulas, chicanas e chalaças. Infelizmente, para a Nação angustiada e desesperada, não há mocinhos, só vilões, neste faroeste caboclo.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na segunda-feira 4 de setembro de 2017, às 7h30m)

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Abaixo: a íntegra da degravação do comentário:

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Eldorado 4 de setembro de 2017 - Segunda-feira

Em resposta a uma nota divulgada na sexta-feira, 1.º de setembro, pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), o empresário Joesley Batista, do grupo JBS, chamou o presidente de "ladrão-geral da República". É pouco ou quer mais?

Joesley disse ainda que Temer "envergonha" todos os brasileiros. Delator da Lava Jato, Joesley afirmou, também em uma nota, que a colaboração premiada é um direito e que o ataque a essa prerrogativa revela a "incapacidade" de Temer se defender "dos crimes que comete."

Na nota da Secom, o Palácio do Planalto desqualificou o operador Lúcio Funaro, que firmou acordo de delação com o Ministério Público, e se referiu a Joesley como "grampeador-geral da República."

"A colaboração premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão-geral da República, envergonha todos nós brasileiros", respondeu Joesley, em seu comunicado.

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O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor de Temer, disse que a declaração do empresário "não merece nenhuma resposta em face da sua origem e do conhecido comportamento absolutamente reprovável do delator".

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O depoimento de Joesley - que gravou conversa com Temer, no Palácio do Jaburu - serviu como base para a primeira denúncia apresentada contra o presidente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva. "A resposta já foi dada pela Câmara dos Deputados, que rejeitou a denúncia baseada na acusação dessa mesma pessoa", afirmou Mariz.

A delação de Funaro ainda não foi homologada e está sob sigilo. As acusações do operador atingem Temer e outras figuras de expressão no PMDB, segundo apurou o Estado.

Este notícia, publicada pelo Estadão de ontem, dá bem uma idéia do nível de desrespeito que atinge as instituições republicanas no Brasil hoje. O grave é que o ladrão é muito mais pesado do que o grampeador. Havemos de concordar que na hierarquia dos crimes o de furtar é muito mais grave do que o de grampear. E não foi dada uma resposta à altura. A única seria Temer dar uma explicação detalhada e convincente de suas relações e de seu encontro secreto e suspeito com Joesley no Jaburu. Sem ela, tudo o mais são firulas, chicanas e chalaças. Infelizmente para a Nação angustiada e desesperada, que começa a sair do túnel da fosse da depressão, não há mocinhos neste faroeste caboclo. Um é o perdoado em exagero do MPI, outro, o presidente sem uma explicação aceitável a dar aos cidadãos.

Os Estados Unidos vão lançar uma "resposta militar maciça" a ameaças da Coreia do Norte, afirmou ontemo secretário de Defesa americano, Jim Mattis. Será que estamos à beira de uma guerra nuclear?

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Mattis se pronunciou após o presidente Donald Trump se reunir com conselheiros de segurança, depois de um teste com uma bomba de hidrogênio, segundo Pyongyang, que poderia ser transportada em um míssil. "Qualquer ameaça aos Estados Unidos ou seus territórios, inclusive Guam, ou aos nossos aliados será rebatida com uma resposta militar maciça, uma resposta tanto eficaz, quanto esmagadora".

Seus comentários chegam depois de Trump advertir que o tempo para "apaziguamento" acabou e ameaçar impor sanções econômicas drásticas.

Acredita-se que o teste inesperadamente poderoso deste domingo excedeu em magnitude o bombardeio atômico de Hiroshima, Japão - o choque resultante causou pânico momentâneo em partes da China - e Trump o criticou como "muito hostil e perigoso para os Estados Unidos".

É mais cômodo dividir a responsabilidade pela crise com a eleição de Trump e colocá-lo na mesma posição do Baixinho Atômico. Esta, contudo, é uma posição simplista e absurda, pois não resta aos EUA reagir às ameaças estúpidas, grosseiras e sem a mínima lógica do tiranete de comédia macabra da Coreia do Norte. Deus queira que sejam apenas bazófias de Kim Jong-um, mas quem pode garantir isso?

O Tribunal de Contas da União reviu a apuração de prejuízos em obras da Petrobrás e concluiu que o superfaturamento é 70% maior do que os cálculos feitos até agora. Onde vai terminar isso?

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A análise de provas da Operação Lava Jato tem feito o Tribunal de Contas da União (TCU) rever a apuração de prejuízos em obras da Petrobrás. A corte refez os cálculos de superfaturamento, com base em documentos obtidos em quebras de sigilo de empreiteiras investigadas, e já descobriu desvios até 70% maiores do que os constatados em auditorias antigas.

A reavaliação foi feita em três contratos da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e um do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). As perdas ao erário até agora apontadas nesses casos, em valores atualizados, somam 3 bilhões e 600 milhões de reais.

O TCU recebeu da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro, notas fiscais emitidas por fornecedores de materiais usados pelas empreiteiras nas obras da Petrobrás. Os documentos mostraram o custo real de equipamentos específicos da indústria de petróleo, os chamados "itens tagueados", que antes não constavam dos sistemas oficiais de pesquisa de preços consultados pelo tribunal. Ao comparar os valores praticados no mercado com os previstos nos contratos, revelou-se um rombo maior.

Tudo isso é espantoso, mas não surpreende ninguém. Ainda podemos esperar novas revelações bombásticas sobre o prolongamento do fundo do poço em que os desgovernos petistas puseram o País.

Não é suspeito que agora que começaram a reaparecer vestígios de crime da Operação Castelo de Areia, enterrada pelo ex-ministro da Justiça no primeiro governo Lula, seja determinada a destruição das provas?

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De fato, é suspeitíssimo. A Operação Castelo de Areia foi deflagrada em 2009 e poderia ter antecipado a descoberta de crimes apurados na Operação Lava Jato, uma vez que tinha como alvos empreiteiras e políticos suspeitos de corrupção.  O acervo da Castelo de Areia a ser inutilizado inclui documentos, planilhas, manuscritos e e-mails apreendidos nas casas e escritórios de ex-executivos da construtora Camargo Corrêa, além de gravações de escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. À época, o material levou à abertura de mais de 50 apurações em vários Estados.

O descarte do material foi determinado no dia 10 de agosto, a pedido da defesa de três ex-dirigentes da empreiteira, sob o argumento de que essas provas foram anuladas em julgamento do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de 2011. A decisão ocorre em um momento em que a Castelo de Areia é um dos temas da negociação da delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci com o Ministério Público Federal, conforme a Folha revelou no dia último dia 26. Palocci afirmou no decorrer das tratativas com os procuradores que o ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha recebeu suborno no valor de pelo menos R$ 5 milhões da Camargo Corrêa para barrar a Castelo de Areia.

Asfor Rocha e a construtora negam a prática de qualquer crime ligado à operação. O despacho que autorizou a destruição do material é do juiz federal Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, e atendeu a requerimento de Darcio Brunato, Fernando Dias Gomes e Pietro Giavina-Bianchi, ex-executivos da empreiteira.

Em sua fundamentação, o magistrado indicou que a inutilização de provas consideradas ilícitas está prevista no Código de Processo Penal e que a decisão do STJ que anulou a operação não é mais passível de recurso, situação que na linguagem jurídica é denominada trânsito em julgado.

O ato de fragmentação dos papéis e de apagamento e quebra de mídias chegou a ser agendado para o dia 23 de agosto, porém foi desmarcado após pedido de vista da Procuradoria da República em São Paulo.

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Ao devolver os autos à 6ª Vara, na semana passada, a procuradora da República Karen Kahn citou a reportagem da Folha sobre a delação de Palocci e pediu o adiamento do descarte das provas, pelo menos até que haja uma definição sobre o fechamento da colaboração premiada do ex-ministro da Fazenda.

A procuradora alega que a destruição dos volumes da Castelo de Areia poderá até prejudicar a eventual apuração sobre as afirmações de Palocci, caso a delação dele seja assinada com a força-tarefa da Lava Jato, segundo informou a assessoria de imprensa do Ministério Público.

Esta história lembra o impasse sobre o material colhido na investigação da guerra das teles e até agora pendente de destruição de provas. Não basta enterrar as investigações. A Justiça suspeita ainda se encarrega de destruir as provas. Estes são os graus da impunidade que levam o Brasil a seu destino de republiqueta de bananas podres.

Segundo reportagem de Fátima Laranjeira, O Estado de S.Paulo, semana passada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que o coordenador do Núcleo de Ações, conselheiro Igor de Freitas, propôs ao Conselho Diretor, em uma medida cautelar, a abertura dos processos de cassação das concessões e das autorizações do Grupo Oi O que acha?

Foi anunciado também um conjunto de providências a serem tomadas na hipótese de se concretizar um cenário esperado pelo órgão para a operadora, que está em recuperação judicial.

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Quero saber onde estava o advogado da AGU na Anatel, Raphael Bruno, e a Advogada geral da União, Grace Mendonça que não defendem o direito da União em receber a dívida da Oi com a Anatel. Essa lenga lenga já tem 14 meses, conforme matéria de Fátima Laranjeira do Estadão. Enquanto isso, a Oi segue sendo dilapidada. Matéria do Valor dessa semana diz que a Oi reduz seu caixa em R$ 526 milhões.

Como a AGU deixou chegar a esse ponto? Como a AGU deixou esse assunto ser discutido na justiça estadual. Os direitos da União devem ser discutidos na justiça federal. Ainda bem que a lei relâmpago, na calada da noite não foi aprovada. E graças ao ministro Barroso do STF. Porque seria uma tragédia, a Anatel transformaria o seu direito em receber sua dívida de 20 bilhões em investimento messe mico nacional, que é a Oi.

Volto a afirmar o Ministério Público deveria estar acompanhando essas negociações e os representantes da União, Raphael Bruno e Grace Mendonça tem de assumir a responsabilidade de seus cargos e defender a União.

SONORA Faroeste Caboclo Legião Urbana

https://www.youtube.com/watch?v=DDLDCGnBdfY

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