José Nêumanne
17 de maio de 2020 | 20h53
Primeira página do Jornal da Tarde com foto de Ernesto Geisel diante de tropa formada em 13 de abril de 1977, quando decretou pacote de abril. Foto: Reprodução
Nos 28 dias entre a posse de Nelson Teich no Ministério da Saúde e sua saída, os óbitos oficiais por covid-19 aumentaram 666% no Brasil. No entanto, o principal responsável por esse número que retrata a dor e o desespero dos entes queridos dos mortos e da população assustada com a perspectiva de essa situação ficar ainda mais trágica, o presidente da República teve o desplante de chamar de “tirano” quem defende a única forma reconhecida pela ciência para combater a pandemia que assombra o mundo. Revelando um talento insuspeitado de profeta, o general Ernesto Geisel, quarto presidente da ditadura militar, cuja fotografia orna a parede do gabinete de deputado federal que ele ocupou, o chamou de “mau militar”. Neste dia, por essas coincidências do destino, morreu de câncer no pulmão o repórter Luiz Maklouf de Carvalho, autor do livro O Cadete e o Capitão, que revela os motivos pelos quais o general fazia este péssimo juízo do capitão Jair Bolsonaro. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.
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