José Nêumanne
06 de maio de 2020 | 20h41
Além de ter tido coragem de sair do governo, Moro também ousou a expor sua relação com Bolsonaro e sugerir suspender sigilo de seu depoimento à PF. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Aras e Mello fazem muito bem em atenderem a autorização dada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro para levantarem o sigilo de Justiça de seu depoimento contendo acusações sobre tentativas do presidente Jair Bolsonaro de intervir politicamente na Policia Federal. Próximo passo do ex-juiz da Lava Jato para continuar sendo coerente com sua atuação bem-sucedida e aplaudida na luta contra a corrupção é revelar também publicamente o maior cabedal possível de provas. O procurador-geral da República também terá de tomar atitudes que afastem as suspeitas de que ele tem feito o possível para ser grato a quem o nomeou para o topo da carreira e meteu-se em camisa de sete varas dando mostras claras de que tem feito o diabo para livrar-se e aos filhos de acusações criminais muito graves. E Celso de Mello tem a oportunidade presidindo o relevante inquérito de fechar com chave de ouro sua atuação como o mais antigo membro do STF. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.
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