Em completo desacordo com a voz das ruas, que gritou "Fora Renan" e "Força Moro", e da Constituição, mais uma vez adulterada e pisoteada, os chefes dos três Poderes da República conspiraram para manter o presidente do Senado no seu posto até a eleição de seu substituto em 2 de fevereiro, mesmo tendo Renan cometido o grave crime de não cumprir uma ordem judicial dada de forma equivocada pelo relator no STF, Marco Aurélio Mello, mas passível de recurso para ser reformada. Cármen Lúcia conspirou com o vice do Senado, Jorge Viana (PT-AC), para atender às conveniências do chefe do Executivo, Temer, em consonância com a cumplicidade muda do presidente da Câmara. Vergonha geral!
(Comentário 1 no Estadão no Ar da Rádio Estadão - FM 92,9 - na quinta-feira 8 de dezembro de 2016, às 7h12m)
(Complemento do comentário sobre o mesmo assunto no Estadão no Ar, Às 7h35)
Clique no play abaixo para ouvir minha leitura do poema do Gullar citado por Cármen
http://neumanne.com/novosite/wp-content/uploads/2016/12/traduzir_se.mp3
E aqui registro a íntegra do poema
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo.
Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão.
Uma parte de mim pesa, pondera; outra parte delira.
Uma parte de mim almoça e janta; outra parte se espanta.
Uma parte de mim é permanente; outra parte se sabe de repente.
Uma parte de mim é só vertigem; outra parte, linguagem.
Traduzir-se uma parte na outra parte -- que é uma questão de vida ou morte -- será arte?
Ferreira Gullar , Na Vertigem do Dia. 1980.
Para ouvir Traduzir-se com Fagner clique aqui