A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, fez muitíssimo bem ao pedir à Justiça o ressarcimento do uso de dinheiro público em fundos partidários e eleitorais por candidatos que não podem ser votados e também que esclareça, de uma vez por todas, as condições de elegibilidade de candidatos condenados em segunda instância, como é o caso de Lula, que, aliás, promulgou a Lei da Ficha Limpa, de iniciativa popular e aprovada pelo Congresso. Esclarecer se um eleitor pode ou não votar num político para qualquer cargo é direito do cidadão e dever de um Poder Judiciário que, de acordo com a presidente do STF, Cármen Lúcia, nunca pode ser desafiado e sempre tem sido criticado quando acerta.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - 107.3 FM - na segunda-feira 30 de julho de 2018, às 7h30m)
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Abaixo, os assuntos do comentário da segunda-feira 30 de julho de 2018
SONORA Chico e Gil Cálice
1 - Há alguma chance real de a procuradora-geral da República Raquel Dodge conseguir o ressarcimento aos cofres públicos de valores usados pelos partidos do Fundo Eleitoral e do Fundo de Campanha para financiar candidaturas de políticos de ficha suja?
2 - A presidente do Supremo Tribunal Federal, quando estava no exercício da Presidência da República, devido à ausência do titular, Michel Temer, que foi à reunião do G 20 na África do Sul, pontificou que o Judiciário é mais cobrado quando ele acerta. Até que ponto ela tem razão?
3 - A seu ver, o desabafo de Cármen Lúcia tem algo a ver com a denúncia feita pela revista virtual Crusoé do site O Antagonista, que revelou na capa de sua edição semanal uma mesada de 100 mil reais suspeita paga a seu colega Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, pela própria mulher?
4 - Que alerta fez o ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho Almir Pazianotto Pinto em seu artigo na página 2 do Estadão de sábado passado, 28 de julho?
5 - A manchete do Estadão de ontem registra que "indefinição eleitoral paralisa negócios e trava economia". Você espera para quando a definição das eleições gerais, particularmente no que diz respeito à disputa pela Presidência da República, e até que ponto pode chegar essa paralisia?
6 - O caderno de Metrópole do Estadão de anteontem "manchetou" a constatação de uma das mais trágicas conseqüências do colapso de saúde pública no Brasil: "Mortalidade infantil cresce em 1 de cada 3 cidades paulistas". A volta de doenças que há muito tempo estavam afastadas de nosso cotidiano, como sarampo, poliomielite e outras, seria o sinal de que o Brasil está dando marcha à ré até em pontos tão cruciais quanto o são estes?
7 - A prisão pela polícia cearense de suspeitos pela autoria de atentados contra ônibus e prédios públicos na capital e em outras cidades nos últimos dias da semana passada, podem, afinal, tranqüilizar a população do Estado, em geral, e de Fortaleza, em particular, como uma espécie de prenúncio de, enfim, a paz e o sossego público?
8 - Qual é a conexão que existe entre a censura do tempo da ditadura e o atual clima político no Brasil que tornou possível o festival Lula Livre nos Arcos da Lapa no Rio e a nova execução do clássico Cálice nas vozes de Chico Buarque e Gilberto Gil no sábado?