José Nêumanne
08 de maio de 2020 | 18h46
Na companhia de ministros, como Guedes, Bolsonaro invade STF e constrange amigo Toffoli impondo presença de dirigentes de associações de industriais em seu gabinete para cobrar apoio ao fim do isolamento. Foto: Gabriela Biló/Estadão
O presidente Jair Bolsonaro recebeu um grupo de presidentes de associações de classe de barões da indústria que foram ao Planalto pressioná-lo para fazer o que não pode: flexibilizar a volta ao trabalho para salvar p setpr e a economia do desastre antes de passar a pandemia. Resolveu, então, encenar, gravar imagens e sons para transmitir ao vivo em suas redes sociais uma inédita marcha a pé de todos à sede do STF para transferir a pressão para o Judiciário. Uma molecagem, é claro! Ele sabe que o STF já avisou que, pela Constituição, que está acima dele no Estado de Direito, consagra como líquido e certo o direito de governadores e prefeitos de decretarem, ou não, isolamento social, quarentena ou até lockdown. Toffoli recebeu o bando de insensíveis, que nem sequer citaram o recorde de número de óbitos por causa da cofid-19 ontem, e devolveu a bola para o intrometido: a tarefa de juntar Poderes e, entes federativos (União, Estados e municípios) é dele. Cabe-lhe reunir e harmonizar para coordenar a salvação de vidas humanas. Direto ao assunto. Inté. E só a verdade nos salvará.
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