"Câncer" e "infiltrado" eram alguns dos termos que os nazistas usavam para se referir aos judeus. Essa é a primeira razão pela qual essas expressões não ficam bem na boca de parlamentares judeus, em referência a refugiados. A segunda razão - e talvez a mais importante - é que um Estado judeu não deveria jamais fechar as portas dessa maneira a refugiados estrangeiros, porque esse Estado foi fundado sob a premissa de abrigar gente perseguida. A não ser que alguns israelenses considerem que os negros africanos não são gente.
Todos os países importantes do mundo têm de lidar com a difícil questão da imigração, e a maioria não só não sabe o que fazer como também, em muitos casos, age de forma racista. Ou seja: Israel não é excepcional. Mas isso não serve como desculpa diante do dever moral dos judeus de acolher quem sofre. Como disse o presidente de Israel, Shimon Peres: "O ódio aos estrangeiros contradiz as bases do judaísmo".