Marcos Guterman
13 de junho de 2011 | 10h40
A presidente Dilma Rousseff vai patrocinar uma alteração no projeto de lei aprovado na Câmara que prevê o fim do sigilo eterno para documentos oficiais considerados “ultrassecretos”. Com isso, alguns documentos permanecerão bem longe da vista do público para sempre – uma excrescência inventada no governo FHC.
A decisão contradiz promessas de transparência feitas por Dilma, herdadas de um governo Lula que chegou a fazer campanha a favor do WikiLeaks, aquele site que se jacta de destruir o sigilo de documentos dos EUA. Ou seja, transparência nos documentos dos outros é refresco.
É fácil entender a posição de Dilma. Ela responde a pressões de Sarney e Collor, que muito têm a esconder. Como o atual governo agora é refém dos “aliados” no Senado, graças ao escândalo Palocci, não resta alternativa a Dilma senão se dobrar, mais uma vez, ao que há de mais atrasado neste país.
Ademais, é possível também que o tal “sigilo eterno” sirva para proteger mais alguém além de Sarney e Collor.
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