Os críticos omitem, convenientemente, que a Guerra do Afeganistão só começou porque os EUA foram covardemente atacados por um grupo terrorista, a Al Qaeda, e que a liderança desse grupo terrorista estava abrigada em território afegão, sob os auspícios de um movimento ultrafundamentalista islâmico, o Taleban.
Os críticos também omitem que o objetivo da Al Qaeda é destruir tudo o que diga respeito às liberdades democráticas e aos direitos humanos, as principais conquistas das sociedades ocidentais, e em seu lugar erguer um califado mundial no qual a autoridade teocrática totalitária define cada passo da vida dos seus habitantes.
Os críticos mal escondem seu verdadeiro objetivo, que é o de desmerecer os EUA e seu papel histórico na tentativa de preservar a paz mundial. É um antiamericanismo que não para em pé.
A essa crítica tosca, Obama respondeu de modo brilhante, ao aceitar o Prêmio:
"Não se engane: o Mal existe no mundo. Um movimento não-violento não poderia ter impedido os exércitos de Hitler. Negociações não podem convencer a Al Qaeda a abandonar suas armas. Dizer que a força é às vezes necessária não é cinismo, é o reconhecimento da história, das imperfeições do homem e dos limites da razão".
Obama recebeu o Nobel porque seu comportamento, sua retórica e suas atitudes indicam claramente sua disposição para aceitar o multilateralismo e as soluções concertadas para os problemas mundiais, o que o coloca em franca oposição à era Bush, em que a desconfiança predominava, em que o discurso messiânico da "clareza moral" se sobrepunha a particularidades históricas e culturais.
Por outro lado, Obama recebeu o Nobel também porque, pelo menos até agora, não demonstrou fraqueza diante dos desafios de presidir um país que é crucial para a paz mundial. E, para fazer a paz, é necessário ter coragem de fazer a guerra.