Bastou, porém, que um rabino israelense tolo, Ovadia Yosef, dissesse que os palestinos "deveriam desaparecer da Terra" para que os "humanistas" despejassem todo o seu ódio a Israel, qualificando o rabino de "nazista" e usando sua frase infeliz como prova de que os judeus israelenses preparam o "genocídio" dos palestinos.
Referindo-se a Yosef como "membro do governo israelense" - um exagero retórico típico, já que o rabino é apenas o "líder espiritual" de um dos partidos da coalizão que sustenta o governo de Israel -, o dirigente palestino Saeb Erekat cobrou do premiê Binyamin Netanyahu uma "firme condenação" da diatribe. Disse que Yosef reproduz a "incitação ao racismo contra os palestinos que está em curso em Israel".
As lideranças palestinas, porém, jamais cobraram moderação daqueles que incitam o racismo contra os judeus. Pelo contrário: o próprio establishment palestino e islâmico no Oriente Médio prega a eliminação dos judeus ou permite a pregação. Há uma extensa lista de exemplos, mas fiquemos apenas em três:
"Todas as armas têm de estar voltadas contra os judeus, inimigos de Allah, aqueles que o Corão descreve como macacos e porcos, adoradores de ídolos. Allah determinará a governança muçulmana sobre os judeus. Vamos explodi-los em Hadera, vamos explodi-los em Tel Aviv e em Netanya... Abençoamos todos aqueles que educam seus filhos para a jihad e para o martírio. Abençoados aqueles que dão um tiro na cabeça de um judeu".
Sermão transmitido pela TV da Autoridade Nacional Palestina em 3 de agosto de 2001.
"Os judeus são um câncer que está se espalhando pelo corpo da nação árabe e da nação islâmica, um câncer que vai atingir as instituições árabes, os vilarejos e os campos de refugiados."
Sermão do xeque Ibrahim Mudeiris, transmitido pela TV da Autoridade Nacional Palestina em 7 de janeiro de 2005
"Ó, Deus, fortaleça o islã e os muçulmanos, humilhe os infiéis e a infidelidade. Ó, Deus, destrua nossos inimigos, os judeus e os cruzados inimigos do islã."
Sermão do xeque Jamal Shakir na mesquita Rei Abdallah, em Amã, transmitido pela TV da Jordânia Canal 1, em 5 de março de 2004.