Marcos Guterman
29 de março de 2010 | 01h36
Um artigo corajoso, o que Maureen Dowd publicou no New York Times a respeito do interminável escândalo de pedofilia na Igreja Católica. Como solução para a epidemia de padres pedófilos, ela sugere que a Igreja passe a permitir a ordenação de mulheres. Mais: ela diz que a inacreditável omissão de Joseph Ratzinger, o papa Bento XVI, ao ser informado sobre casos escabrosos – como o do padre que abusou de 200 meninos surdos –, não aconteceria se o papa fosse uma mulher.
“As freiras, historicamente, têm limpado a bagunça dos padres”, escreveu Dowd. “E essa é uma bagunça histórica. Bento XVI deveria ir para sua casa na Baviera. E os cardeais deveriam enviar fumaça branca pela chaminé, proclamando ‘Habemus Mama’.”
Dowd não é a primeira voz com peso na imprensa a pedir a, digamos, “demissão” do papa diante do escândalo. A revista alemã Der Spiegel publicou recentemente um texto que dizia o mesmo a respeito de seu compatriota no Vaticano. “Por que o papa ainda está no cargo?”, perguntou Peter Wensierski no artigo. Para ele, assim como para Dowd, o “Rottweiler de Deus” está perdendo a autoridade moral para dizer o que os católicos devem ou não devem fazer.
Enquanto isso, Bento 16 disse neste domingo que não se intimidará diante de “fofocas sem importância”.
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