Por outro lado, Gideon Rachman, colunista do jornal Financial Times igualmente moderado, se declarou frontalmente contrário à intervenção no conflito sírio. "A questão-chave para qualquer intervenção externa não é apenas se ela vai interromper a matança, mas também se ela pode decisivamente influir no equilíbrio em favor de uma solução política pacífica e sustentável. Sem isso, uma intervenção externa pode simplesmente intensificar o conflito."
Rachman diz entender os apelos por uma ação para impedir que o ditador Bashar Assad continue a matar os sírios. Já os políticos e diplomatas, afirma o colunista, são obrigados a ponderar se a intervenção não estará a criar um mal maior. Para Cohen, porém, essa ponderação é irrelevante agora, porque "ninguém poderá mais fazer o gênio (da matança) voltar à garrafa".
Rachman considera que, para os jornalistas e ativistas dos direitos humanos que viram de perto os crimes de Assad, a urgência da intervenção tornou-se algo natural. "Mas, às vezes, o distanciamento é importante. Uma resposta emocional nem sempre é a resposta correta." Já Cohen não tem dúvida: "A mulher de Assad comprou algumas propriedades em Londres. Vamos obrigá-la a usá-las e vamos libertar o povo sírio".