O caso pode parecer engraçado, mas não é. Trata-se de óbvia violação de um dos mais básicos direitos humanos. O nome da pessoa representa o aspecto imediato da identidade do indivíduo, é o modo pelo qual ele se faz representar ante a sociedade e, por outro lado, é a maneira pela qual esse mesmo indivíduo começa a formar uma ideia sobre si. O nome, em resumo, é o que singulariza a pessoa - é o direito de ser ela mesma. Não é por outra razão que, ao ser privado de liberdade, a primeira coisa que um prisioneiro perde é seu nome, trocado por um número. Sua existência como indivíduo é anulada, ficando à mercê dos algozes.
O requinte de crueldade dos burocratas colombianos foi ter registrado todos os índios com data de nascimento em 31 de dezembro. Um documentário com o sugestivo título "Nascemos em 31 de dezembro", que relata o drama da tribo, foi lançado recentemente na Colômbia. Algumas cenas podem ser vistas neste vídeo.