PUBLICIDADE

Como seria um negro na presidência dos EUA?

Por
Atualização:

Se a vida imita a arte, o cinema americano dá algumas pistas de como seria o primeiro presidente negro da história dos EUA.

PUBLICIDADE

O mais antigo filme hollywoodiano a retratar um presidente negro é o curta musical "Rufus Jones for President", de 1933. Sammy Davis Jr., brilhante aos sete anos de idade, é Rufus. O menino sonha que se tornou presidente, depois de a mãe lhe ter dito que "qualquer um nascido aqui pode ser presidente". Vivia-se a Grande Depressão, e a esperança do país recaía sobre a capacidade americana de se reinventar. No final, porém, ela teme pelo filho, ao pedir que ele "fique do nosso lado da cerca", para que "não se machuque", o que denuncia o medo do racismo.

[kml_flashembed movie="http://www.dailymotion.com/swf/k4GHHAqN2K0cjZ5b6z" width="420" height="336" wmode="transparent" /] Rufus Jones for President

Outro negro a assumir o poder foi Douglas Dilman (James Earl Jones), em "The Man" (1972). Presidente do Senado, Dilman chegou à Casa Branca pela obra do descomunal acaso - o presidente morreu no desmoronamento de um prédio, mesmo acidente que matou o presidente da Câmara; restou o vice para assumir o cargo, mas ele rejeitou por estar doente. Nessa tragicomédia involuntária, ninguém deixa Dilman esquecer a cor de sua pele.

 Foto: Estadão

Um presidente negro testado como estadista, humanista e boa praça foi Tom Beck (Morgan Freeman) em "Impacto Profundo" (Deep Impact, 2003). Ele é obrigado a lidar com a catastrófica situação em que um cometa está para dizimar a civilização. Enquanto uma missão espacial, chamada "Messias", tenta resolver o problema, Beck age para preservar seu país - manda congelar preços e salários e baixa lei marcial para impedir distúrbios. O "messianismo" é explícito: os astronautas se sacrificam para salvar a humanidade, e Beck discursa ao final, diante de um Capitólio em reconstrução, dizendo que os EUA precisam trabalhar duro para recuperar a normalidade.

Publicidade

 Foto: Estadão

Também no limite vive o presidente David Palmer (Dennis Haysbert), do seriado "24 Horas". Palmer, empenhadíssimo em devolver à América um pouco de ética na política, acaba usando seu poder para que o agente de contraterrorismo Jack Bauer faça o seu "trabalho", o que inclui tortura à vontade. Os fins justificam os meios, desde que os fins estejam acima de considerações mundanas, como direitos humanos.

 Foto: Estadão

Mas os presidentes negros de Hollywood nem sempre são sisudos chefes de governo desafiados por cataclismos e terror. Em Head of State (2003), o zé-ninguém Mays Gilliam (Chris Rock) se torna candidato à Casa Branca por uma série de circunstâncias patéticas e acaba se elegendo depois de fazer uma campanha politicamente incorreta, na qual falou da "verdadeira América", aquela em que não há chances iguais para todos.

 Foto: Estadão

E Danny Glover deve ser o próximo presidente negro no cinema, no filme "2012", de Roland Emmerich. Ele disse que seu papel será apenas "simbólico" - afinal, em 2012, de acordo com a cosmologia maia, o mundo vai acabar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.