"Qualquer mediação que permita a permanência de Kadafi no poder obviamente não é bem-vinda", reagiu o chanceler da França, Alain Juppé. A questão é evidente: Kadafi está massacrando os líbios, e a prova mais visível disso são os 150 mil refugiados em menos de um mês. A essa altura, o ditador é um pária e não tem nada a oferecer em qualquer negociação séria.
Mas a negociação chavista não é para ser séria - serve somente para adicionar confusão a um cenário caótico e, assim, ajudar Kadafi. É equivalente ao circo montado em Teerã para celebrar o "acordo" do Irã com o Brasil e a Turquia acerca do seu programa nuclear, que só foi útil para que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tentasse ganhar tempo e evitasse sanções contra o país. Não funcionou porque os líderes das potências do Conselho de Segurança da ONU não são idiotas.
O plano chavista é tão bom para Kadafi que ele rapidamente o aceitou - o problema é que os rebeldes o rejeitaram. Jasmina Kelemen, do Christian Science Monitor, teve uma ideia melhor para Chávez: "Uma proposta mais razoável poderia ser deixar Kadafi montar sua tenda em uma das maravilhosas ilhas na costa caribenha da Venezuela".