A "ofensa" de Zuloaga foi formulada em declarações feitas em reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa, em Aruba, na semana passada. "Não se pode falar em liberdade de expressão em um país quando o governo usa a força para fechar meios de comunicação", discursou Zuloaga na ocasião. "O presidente Chávez ganhou umas eleições e conta com legitimidade de origem, mas tem se dedicado a ser o presidente de um grupo de venezuelanos, dividindo os cidadãos."
O pedido de prisão foi feito pela Assembleia Nacional. A presidente desse pseudo-Parlamento a serviço do chavismo, Cilia Flores, disse que há uma "campanha internacional" da direita venezuelana em favor de Zuloaga, com vista a evitar a "grande vitória do povo" nas eleições do dia 26 de setembro. Ou seja: apelou à surrada tese de conspiração golpista para justificar a perseguição a quem discorda de Chávez. "A Venezuela se respeita, não é o quintal de ninguém, e esses porta-vozes (da direita) não têm nenhuma qualidade para questionar o país", discursou a deputada, negando a um cidadão venezuelano o direito de criticar seu governo.
Para Flores, claro, não há presos políticos na Venezuela: "O que há é justiça". O presidente Lula certamente há de concordar.