Marcos Guterman
24 de setembro de 2009 | 00h16
Como anunciado, o presidente Lula encontrou-se nesta quarta-feira em Nova York com seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Deu-lhe um caloroso aperto de mão e, em entrevista posterior, disse que “não é constrangimento nenhum” reunir-se com Ahmadinejad, que há alguns dias declarou que o Holocausto é uma “mentira”. Para Lula, o fato de o presidente iraniano negar o Holocausto “é problema dele” e “não compromete as relações com o Brasil”. Lula considera o Irã de Ahmadinejad, alvo de pesadas sanções comerciais e financeiras da comunidade internacional, um “grande sócio“.
Felizmente, outros governos não pensam como o de Lula. Durante o discurso de Ahmadinejad na ONU, representantes de vários países se retiraram em protesto. Entre os que manifestaram seu repúdio estava o delegado da Alemanha, justamente o país que arquitetou o Holocausto, a catástrofe humana cuja veracidade foi questionada de modo obsceno pelo iraniano.
É uma prova de que, mesmo em diplomacia, mesmo invocando-se interesses comerciais, há coisas que deveriam ser consideradas inaceitáveis.
Aqui, Lula cumprimenta Ahmadinejad, o “grande sócio” do Brasil
Dida Sampaio/Agência Estado
Aqui, o representante da Alemanha se retira durante o discurso de Ahmadinejad na ONU
Justin Lane/Efe
Aqui, Ahmadinejad destila seu ódio para um plenário vazio
Peter Foley/Efe
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