Darwish disse que aceitou o convite para o evento com a condição de não dividir a mesa com nenhum israelense. Segundo Sakal, o palestino o acusou de "expulsá-lo de casa" e disse que os judeus de origem árabe - a família de Sakal é síria e egípcia - particularmente odeiam os palestinos.
O escritor israelense, que se retirou da conferência, lamentou a atitude de Darwish, sobretudo porque o palestino parece não conhecer seus pontos de vista - Sakal é crítico das atitudes xenófobas de parte da sociedade israelense e defensor do diálogo com outras culturas. Em entrevista ao Haaretz, em março passado, ele declarou:
"Temos (os israelenses) de decidir se queremos uma cultura separatista, um tipo de cultura monolinguística, uma autarquia monocultural dentro de um círculo estéril, fechado e isolado, que vai necessariamente levar a uma arte xenófoba, obcecada pela perseguição; ou se vamos buscar uma cultura orgulhosa que preserva sua singularidade, mas também sabe olhar ao redor e que não tenha medo de buscar contato com as culturas do mundo".
Talvez a mesma indagação possa ser feita pelos artistas palestinos, sobretudo os jovens como Darwish, a respeito do que eles querem para seu futuro Estado. Mas a atitude de Darwish é um mau presságio.