Agora começa uma nova disputa pelo universo de candidaturas: a atenção do jovem. Não é preciso ser especialista em marketing digital para perceber que o uso de estratégias como memes e trends é utilizada em larga escala pelos pré-candidatos nas redes, inclusive por aqueles políticos de perfil mais tradicional e formal. Alguns investem em uma linguagem mais descolada e outros até em copiar dancinhas populares do TikTok.
O sinal de alerta surgiu no clã do bolsonarismo, que em 2018 conseguiu capitalizar com sucesso a atenção desse público, de modo expressivo os homens jovens (até 24 anos). As últimas pesquisas de opinião revelam perda de musculatura desse eleitorado quando olhamos a avaliação da gestão de Jair Bolsonaro (PL) por faixa etária. O pior índice negativo é justamente entre os jovens, 49% entre 16 e 24 anos de acordo com a sondagem da Genial/QUAEST de maio. Aliado a isso, é notório que os principais puxadores da campanha pelo alistamento eleitoral dos jovens eram críticos ao atual presidente.
Assim, não se trata de mera coincidência que no último domingo (15/05) o filho 03 de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez uma live no Instagram para divulgar sua nova empreitada com foco nos jovens. O curso digital "Prepara Brasil" foi anunciado. O aluno que pagar R$ 197,00 irá aprender sobre conservadorismo com "personalidades" como os ex-ministros Ricardo Salles e Damares Alves. E terá uma aula, com o próprio Eduardo, intitulada "como escolher seus candidatos em 2022". Isso sem falar no e-book bônus "Guia completo para obter arma de fogo".
A campanha pelo alistamento eleitoral da juventude foi importante para a nossa democracia. Agora é preciso correr e não esperar o início oficial da campanha eleitoral em agosto, afinal a extrema direita já deu a largada.