O PT aplicou a sanção depois de se tornar pública a participação de Moura em reunião com perueiros, aos quais é ligado e na qual estavam integrantes do PCC. Quando a história surgiu, no meio da pré-campanha de Padilha, o PT correu para colocar na rua uma operação de redução de danos e evitar que o caso atingisse a imagem do partido e do candidato.
Não adiantou. O parlamentar, pelo que se viu, recorreu à Justiça e causa agora um estrago ainda maior para a campanha petista ao colocar em jogo o registro da candidatura de Padilha. Não só trouxe de volta a polêmica da qual o PT quer distância - o suposto envolvimento de um parlamentar do partido com o PCC - como ainda agregou um elemento novo, a questão da Justiça, que, se mantida, pode invalidar as candidaturas do partido no Estado.
A decisão da Justiça, mesmo que revista, tornou inútil o esforço do PT de estancar a polêmica do caso Moura. O partido sabe há muito tempo quem é Luiz Moura. Muito antes da história da reunião com o PCC vir a público, alguns líderes petistas admitiam nos bastidores que ele era "um cara complicado", mas nada fizeram para questionar sua permanência no partido. O mantiveram por lá.
Para o PT, teria sido mais coerente - além de ter evitado o desgaste atual - se em 2006 tivesse negado a entrada de Moura na legenda ou se pronunciado quando o Estado revelou a biografia do parlamentar, em junho do ano passado - ele já foi condenado por assalto à mão armada e ficou anos foragido da Justiça.
Agora, tudo o que o PT não queria, que era deixar Padilha na defensiva tendo de falar sobre o assunto Moura, volta a assombrar. Pior ainda. Num momento em que a campanha perdeu o apoio de aliados, como o PP, e ainda não deslanchou nas pesquisas de intenção de voto.