Se o PT tiver mesmo cabeça de chapa na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes - o mais provável hoje -, o ex-presidente não tem Mercadante como primeira opção. Avalia que o eleitor do Estado de São Paulo quer uma novidade. Por isso, acha que a melhor saída seria reeditar a fórmula que aplicou com Fernando Haddad na capital em 2012. Seguindo esse raciocínio, despejou suas fichas em outro ministro, Alexandre Padilha (Saúde). Mas Padilha não decolou no ministério, avaliam os petistas. Teve tempo de criar uma bandeira, uma marca própria, mas não conseguiu. Líderes do partido chegaram até a dar um toque em Padilha, mas foi em vão. Agora, afirmam, não dá mais tempo de criar uma agenda positiva que possa ser exibida na eleição.
Lula também flertou com outro nome para candidato a governador, o do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Avalia que o ministro, professor universitário - assim como Haddad -, seria palatável para a conservadora classe média paulista. Mantega, no entanto, não voa sozinho. Assim como Haddad, precisaria do padrinho bancando a campanha. Para ter o que mostrar, também necessita que a economia deslanche e que o PIB cresça a uma taxa mais aceitável. Aliás, se Mantega disputasse a eleição em São Paulo, deixaria vaga a cadeira no Ministério da Fazenda, há muito alvo de críticas não só do governo, mas de setores da economia.
Mas, apesar de Lula, a relação de Mercadante com Dilma é forte, o que aumenta o cacife do ministro na disputa interna. Enquanto isso, os críticos dizem que o lançamento de Mercadante é "mais do mesmo" e ajudará o PSDB a conquistar mais um mandato - o sexto consecutivo. Há, inclusive, quem avalie que, com o ministro, a disputa está perdida e os esforços devem ser na chapa "Dilmin", uma união tácita entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e o governador Geraldo Alckmin, que também disputará novamente o Palácio dos Bandeirantes.