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Transportes dava a Waldemar comando paralelo na base

No processo de intervenção no ministério dos Transportes, uma informação ficou perdida com o governo, que a guardou como trunfo para justificar a determinação presidencial de isolar o deputado Waldemar da Costa Neto (PR-SP).

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Somada a bancada do PR na Câmara eparlamentares de outros partidos, Costa Neto exerce sua liderança sobre cerca de 70 deputados, formando um comando paralelo dentro da base aliada.

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Servia-se do ministério dos Transportes como fonte para manter sob controle quase todo esse efetivo político.

Empreiteiras e fornecedores do ministério financiavam campanhas sob a promessa de titularidade de obras futuras que o ministério lhes garantia sob o comando de Waldemar.

Daí os aditivos contratuais e superfaturamentos, que ressarcem fornecedores e geram sobras para manter a fidelidade da tropa com mandato.

Na verdade, o governo identificou um sistema similar ao mensalão, com parlamentares trocando submissão por vantagens.

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Evitou dar essa proporção ao escândalo porque ele coincidiu com a confirmação da existência do mensalão do PT no governo Lula pelo Procurador-Geral, Roberto Gurgel. A palavrinha se tornou proibida.

Ou seja, por essa versão, Waldemar Costa Neto continuou mensaleiro, agora com seu esquema próprio, ele que já renunciara ao mandato no governo Lula para escapar à cassação durante a CPI do mensalão.

Os números soaram como alarme no Planalto: da bancada do PR só estariam fora do esquema Waldemar os deputados Sandro Mabel (GO), Diego Andrade (MG) e Jaime Martins (MG).

Com apenas seis senadores, a propriedade da legenda por parte de Waldemar Costa Neto deixa de ser uma tese para virar realidade. Ele, de fato, é dono do partido.

O que deflagrou um movimento silencioso pela fundação de uma nova legenda com origem no Senado. Seu principal entusiasta, o senador Clésio Andrade, que sonha com o Partido do Desenvolvimento Nacional (PDN).

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