Suplicy tem mais votos que Mercadante, mas o PDT quer ser vice em SP mesmo assim

PUBLICIDADE

Por João Bosco Rabello
Atualização:

Suplicy teve 8,9 milhões de votos para o Senado na última eleição. Foto: André Lessa/AE

O PT vai insistir na tentativa de emplacar o senador Eduardo Suplicy como vice de Aloizio Mercadante (PT) para o governo de São Paulo. O PDT até aqui comprou a briga, mas precisa encontrar argumento melhor que o simples direito à vaga.

Suplicy teve 8,9 milhões de votos (47,8% dos votos válidos) para o Senado na última eleição - 700 mil  a mais que seu principal adversário, Guilherme Afif (DEM) - hoje indicado para vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB).

Mais curioso é que Suplicy supera o próprio Mercadante, segundo a pesquisa Datafolha divulgada em março, que o mostrou com 19% das intenções de voto para o governo de São Paulo, contra 13% de Mercadante.

E na eleição de 2006, Mercadante obteve 6,7 milhões de votos na corrida ao Palácio dos Bandeirantes - 2,2 milhões de votos a menos que Suplicy.

Nessa quarta-feira (19), Mercadante reuniu-se com o presidente nacional do PDT, ministro Carlos Lupi, e com o presidente do PDT paulista, deputado Paulo Pereira da Silva (presidente da Força Sindical), para tratar do assunto.

Paulinho da Força não acredita no potencial eleitoral da chapa puro-sangue petista. Ele pondera que desde a fundação do partido, o PT nunca conseguiu ultrapassar os 33% de votos, em média, obtidos junto ao eleitorado paulista.

Esqueceu de dizer que desse percentual, quase a metade (47,8%) dos votos foram de Suplicy para o Senado.

E a contribuição de Paulinho foi eleitoralmente bisonha: tentou emplacar sua mulher, Elza Pereira, presidente da ONG Meu Guri, investigadapela Polícia Federal, junto com ele, na Operação Santa Tereza.

A operação investigou esquema de desvio de recursos do BNDES para a ONG presidida por Elza. Paulinho escapou da cassação no Conselho de Ética da Câmara.

Mas depois do escândalo dos aloprados, na campanha de Mercadante de 2006, o PT não aceita nem pensar no assunto.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.