Roriz e outros na mesma situação apostam numa interpretação da lei que os beneficie. Foto: José Cruz/Agência Brasil
Candidato a um quinto mandato de governador do DF e sobrevivente do mensalão de Brasília, ao qual deu origem, Joaquim Roriz encerrou a semana com três impugnações à sua candidatura - uma delas de autoria do Ministério Público.
A candidatura de Roriz pelo PSC remete a um dos principais debates sobre a Lei Ficha Limpa: a aplicação da norma, já neste ano, aos políticos que renunciaram aos mandatos para escapar da cassação.
Roriz renunciou ao mandato de senador em 2007 para fugir de processo disciplinar a que responderia no Senado por envolvimento em denúncias de recebimento de propina.
A Lei Ficha Limpa prevê que os políticos que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo de cassação, ficam inelegíveis a partir desse ato e nos oito anos subsequentes ao fim da legislatura.
Mas Roriz e outros na mesma situação apostam numa interpretação da lei que os beneficie. Relator do projeto da lei Ficha Limpa na Câmara, o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) interpreta que a sanção aplicaria às eleições deste ano.
O receio de Cardozo é porque há outros dois candidatos da coligação PT/PMDB na mesma situação de Roriz: o ex-governador Jader Barbalho (PMDB) e o deputado Paulo Rocha (PT), ambos favoritos na corrida ao Senado.