O PMDB se envolverá na campanha estadual em oposição ao PT e, dada à força e capilaridade de sua estrutura partidária no Rio de Janeiro, mesmo o desgaste do governador Sérgio Cabral poderá ser superado com sua saída de cena e a visibilidade de seu candidato quando ocupar a cadeira no Palácio Guanabara.
Isso significa que o PMDB não se preocupará com os efeitos da campanha carioca na presidencial. No Rio, a ordem será jogar para vencer, o que poderá arrefecer o empenho do partido no Estado para que Dilma saia com uma votação expressiva - pelo menos próxima daquela obtida no primeiro mandato com apoio dedicado do governador que agora vai para a planície.
Não será tarefa fácil, para não dizer impossível. Repetir a votação dos tempos áureos nas pesquisas depois do desgaste dos governos federal e estadual, acrescido do rompimento da aliança no plano estadual, surge otimista demais. O rompimento com o PT, porém, pode agravar os efeitos já consolidados do declínio de Dilma e de Cabral em relação a 2010.
Sem entrar no mérito da disputa que levou ao rompimento - afinal, o PMDB quer o terceiro mandato -, o fato é que Dilma poderá não sr alvo mais do apoio engajado do partido, o que favorecerá a dupla Aécio Neves/Eduardo Campos, esse último sobretudo, dada a boa votação de Marina Silva no Estado.
O senador Lindbergh Farias, candidato do PT, por sua vez, ajuda a tarefa da oposição no plano nacional, pois ainda não exibiu sinais do vigor eleitoral desejável e necessário para se impor como favorito, apesar da rejeição alta de Cabral.